POLÍTICA DE EXPERIMENTAÇÕES




            As experimentações com a própria vida são a base da micropolítica. Trata-se, aqui, de uma política que é imediatamente prática, pois lida com forças e intensidades.
            É no corpo que experimentamos a chegada ou a fuga de parcelas de imanência, ou de pequenos corpos sem órgãos, por isso ele requer prudência. O corpo se encontra organizado por estratos desde a infância. E o conjunto dos estratos é o sistema de juízo de Deus, grande demais para ser enfrentado. É preciso contar com “injeções de prudência” para não se fracassar. O fracasso faz com que o juízo de Deus recaia sobre o experimentador com mais violência ainda.
            É a mesma questão de “como fazer para si um corpo sem órgãos”: existem linhas nas quais o experimentador se engancha. É preciso perguntar a si mesmo: “Como produzir as intensidades correspondentes, sem as quais ele permaneceria vazio?” Outra questão: “Como chegar ao plano de consistência?” Como atingir a “conjugação das intensidades produzidas em cada corpo sem órgãos”? E mais: “Como traçar um contínuo de todas as continuidades intensivas”?
As experimentações se agitam a tal ponto que o próprio plano de consistência, o próprio campo de imanência, vem a ser questionado como aquilo que deve ser construído, e construído a cada instante, a cada imantação atual de intensidades, transversalizando o curso do tempo.
Escolhemos o exemplo de experimentação com as drogas. E, com a experimentação de drogas, seguimos a sugestão tão citada por Deleuze/Guattari - Carlos Castañeda.

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