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Mostrando postagens de agosto, 2015

Ninguém precisa ter fé numa coisa que existe; a fé só é exigida quando uma coisa tem sua existência duvidosa ou nunca existiu (Branco - no café).

Esperança

No Ocidente cristão, confunde-se o desejo com esperança.  Segue-se a seguinte lógica: eu tenho algo que desejava, logo não posso continuar desejando esse algo, pois já o possuo. Nesse momento que a mentalidade ocidental lança os indivíduos numa perspectiva esperançosa, a de continuar tendo o que já possui - daí, toda angústia de nossa civilização.  Angústia por ter o que não possui e angústia para manter a permanência da posse (Branco - na clínica).

Cabelos

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O que são os cabelos de uma mulher? A moldura do rosto. A extensão final do corpo. O retoque da criação. Os fios do tecido corporal que atinge o olhar masculino como flecha certeira. O ícone que transmite signos difusos, emaranhados, lisos, crespos, embaraçados, cacheados, loiros, negros, vermelhos, caindo como labaredas, flanando como asas ....o que são esses fios desconcertantes que pendem da cabeça, descem pelos ombros, dissimulam o olhar - às vezes - seguem retilíneos até os quadris ou mais? Os cabelos, essa arma feminina irresistível que fascina e hipnotiza ....não sei exatamente o que é, se fui assaz e convincente.... se era isso, nem sei se era isso que quis dizer (Branco - no café).

TRABALHO

Para meus alunos que estudam Richard Sennett, saibam que a ordem geral de uma cultura capitalista - e só existe uma cultura, a capitalista no dizer de Félix Guattari - é a "disposição de destruir o que o que já se fez". Portanto, a marcha de uma revolução que se deve instituir, não pode ter a da mesma lógica dos revolucionários - precisamos implementar sistemas mais permanentes, amores mais duradouros, amizades mais profundas, relações mais significativas (Branco - aula de Sociologia)

O Galo

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Na madrugada insone, um galo do vale, cantava – socorroooooo! – na prateada noite, sob a lua cheia, naquele vale de cinzas sombras, o clamor do galo ressoava sem que ninguém percebesse que não era um canto que se dissipava na noite, mas um pedido desesperado de socorro – socorroooooo! Era o que saia do bico do galo, – o que esse galo emitia, era o uso que podia fazer, de seu clássico canto das madrugadas.  Quem sabe, esse galo da montanha, já havia percebido que seus dias de galo estavam se findando.  O u não se sabe que os galos escutam as intenções de seus donos? Ele devia saber que logo, no amanhecer daquele domingo, viraria ensopado com batatas para a festa da família – era essa a razão de seu belo canto ter se transformado num solitário e nostálgico pedido de socorro. Em minha cama, sem poder dormir, acompanhava a agonia do clamor do galo que, sem a misericórdia de deus, estufava o peito e clamava só: - Socorroooooo! Socorroooooo!

Eu

Quando se diz “Eu,” se diz mais de um Outro do que de si mesmo. Isso por que, de uma forma fatal, é um Outro que nomina o eu quando ele é a penas um corpo biológico. E o Outro que dá o nome, que dá a fala aos sujeitos que nascem sem nome, sem fala e sem falo - diz de seu desejo para esse eu passivo. É o Outro que diz arbitráriamente: “você é carlos, joão, maria; é lindo, linda!” e que dá sentido. É o olhar do Outro, a vontade do Outro, o desejo do Outro que decidiu assim. Então, o Eu é uma construção social sempre mediada pelo Outro. Tudo bem, mas isso não basta. É preciso descobrir nesse modo de produzir uma subjetividade as implicações éticas para a vida desse sujeito que reside debaixo do Eu, que pensa saber tudo sobre si mesmo. A formação do Eu começa com um “eu te amo”, “tu és lindo (a)”, “tu és a minha felicidade”, “a minha alegria”, etc. Há uma exterioridade que pesa sobre a formação do Eu que funciona como força atratora das atenções dos outros. A questão ética se enc

Trabalho

No mercado de trabalho da economia de mercado, não é necessário ideias novas; a necessidade é de rostos novos, novas simpatias, corpos novos para serem consumidos. No capitalismo, o produto e o consumo somam juntos o fetiche da mercadoria. Tudo é velho, mas a simulação do novo faz parecer novidade - a única coisa nova é o alcance da tecnologia que encurta tempo e distancia. Isso fica demarcado no belo filme, Advantageous (Branco - no café).

Pensar

O que nos faz pensar, afinal? Não seria o impensado que força a passagem na consciência acomodada no senso comum? Não seria ainda, uma violência sobre o bom senso entre as faculdades da mente? Pensar não é recordar, nem refletir - pensar é, na verdade, pensar o impensado ainda (Branco Branco).