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Mostrando postagens de agosto, 2013

Tempo V

A pureza e a inocência estão relacionadas ao tempo. Em Hamlet, Shakespeare proclama, The time is out of joint, com o tempo fora dos gonzos dos portais do tempo de outrora descobrimos que "é o movimento que se subordina ao tempo". De forma que, nossas s ensações, impressões e visões de nós mesmos se encontram subordinadas ao tempo pós-moderno. Como dizem Marx e Engels no Manifesto, "tudo que é sólido se desmancha no ar". Vivamos menos puros, menos inocentes e, cada vez menos encantados. Porém, muito mais conscientes da trágicidade do ato de viver

Tempo IV

Mesmo a imaginação, a inocência ou a sensação de pureza como afeto de se sentir num mundo de pureza, não podem permanecer alheios ao tempo, o que permanece, só o é na memória, no tempo dos acontecimentos passa sem piedade alguma. O tempo é um menino inocente e cruel, assim como a vida e a natureza o são.

Tempo III

A ordem simbólica que ordena os espaços sociais, nos ordena dentro dos símbolos que se definem por palavras de ordens. Elas fornecem estruturas semióticas ao comportamento, de forma que, as emoções, o amor e o olhar sobre as coisas são, antes, submissões e constrangimentos que impõem ritmos ao coletivo. A ilusão faz parte dessa construção que é a sua marca. No caso da mercadoria, o fetiche sobe acima do valor de uso do produto criando uma ilusão que organiza o consumo. Ver o exemplo na propaganda da água Evian - Live young - Tudo é um simulacro.

Tempo II

Ou não queremos pensar que toda nossa luta pela paralisação das formas no espaço, é a nossa maior luta contra a tirania de Cronos-Aion - tempo marcado e tempo fluxo livre. A cosmética, a plástica, a prótese, as terapias hormonais, as anfetaminas, o viagra, os enxertos de silicone e tudo mais que se possa imaginar nessa indústria, são tentativas de respostas ao deus supremo chamado tempo trágico que tudo põe impiedosamente em demolição. Dentro dessa realidade suprema, nosso segundo temor é o de ser rejeitado. Nisso, o tempo há de nos colocar frente à frente.

Tempo

Ainda não se assumiu plenamente que o nosso maior terror, que a nossa maior benção, e que tudo está sujeito sem exceção, ao tempo. E que aquilo que os monoteístas chamam de Um, Deus, Alá, etc., é na verdade o tempo que, ora nos trás bons afetos e ora maus afetos. Uma mulher jovem cristã, longe de temer a figura inexistente de um Deus, teme na verdade as rugas, o corpo flácido, os cabelos brancos, a impossibilidade de reproduzir e a impossibilidade de ser desejada. E os homens, não são eles que se desesperam na impotência? Isso sim é o que tira a paz de todos indistintamente.

Amor...

O amor é um deus, chama-se Eros, tem duas faces antagônicas que fazem os amantes agonizarem - de uma lado é insidioso, sádico que diverte-se com o estado abobalhado dos amantes apaixonados. Por outro lado, é um anjinho buchudo de cara angelical com um arco e flecha na mão procurando suas vítimas - grego ou romano, o amor é prefigurado nessas figuras engraçadas, mas na verdade, somos nós os amantes e os amados que criamos nossas armadilhas nas inconstâncias de nossas emoções.

Paradoxo II - pausa

Viver é simplesmente complexo.... Amar é maravilhosamente arriscado.... Viver com alguém é uma vicissitude necessária... A morte é a maior didática da vida.... Nosso maior desejo é o que mais tememos, a liberdade.... Liberdade e segurança nunca coexistem.... O maior inferno vem do outro que desejamos...

Neoliberalismo VI

A dificuldade geral em perceber as consequências se encontra no fato das sociedades não poderem ter uma visão macro da economia e da política. As pessoas só podem ver em pequenos pedaços. Vê-se isoladamente o aumento do alcoolismo, aumento do tráfico de drogas, o aumento da miséria, o aumento da concentração de renda - quando se vê - o aumento da exploração infantil, mas nunca se vê a causa geral e global. Dizendo de forma irritada, para que um grande merda possa passar desapercebida de todos, é preciso que ela seja uma merda muito grande ao ponto de se estar nela como peixe está no mar.

Neoliberalismo V

A crise européia e norte-americana eram previstas nesse sentido, ao deslocar capitais e industrias para áreas de maior lucratividade, as consequências atingem os trabalhadores desses países.  Desta forma, o neoliberalismo não é bom nem para os países que o criaram. Segundo Pierre Bourdieu, "o mercado do capital internacional tende a reduzir a autonomia dos mercados de capital nacional", o que levou os governos nacionais a perderem o poder de decisão. Nesse sentido é que dizem da morte do Estado-nação .

Neoliberalismo IV

Os países subdesenvolvidos nesses aspectos, que incluem um enorme exército de mão-de-obra barata e de leis sociais atrasadas - ainda existem países onde não é proibido a exploração de mão de obra infantil - se tornam centros de produção para o mundo.  As indústrias fogem de seus territórios nacionais em busca de mão-de-obra barata e deixam um rastro de desemprego nas sociedades de origem, mas não geram desenvolvimento nos países onde se instalam, geram insegurança, desorganização social, destruição ambiental e a consequente corrosão do caráter .dos operários que não têm garantias de emprego - as fábricas se deslocam pelo mundo como uma serpente .

Neoliberalismo III

A ordem neoliberal imposta a partir de centros descentrados, de Estados-nacionais, impõe uma nova divisão internacional do trabalho sem respeitar o desenvolvimento histórico de cada nação.  Ou seja, as sociedades de desenvolvimento tardio - sem indústria e sem revolução técnico-científica - terão que competir sem recursos com nações industrializadas que já vivem revoluções digitais de alta expressão. Pensem nas ex-colônias africanas, asiáticas e latino-americanas.

Neoliberalismo II

O neoliberalismo segue a lógica geral da globalização e a crença política dos governos que seguem os interesses dos mercados financeiros.  A globalização tem como "verdade suprema" propalada a falsa ideia de que seja a "homogeneização" das oportunidades, mas não é. "É a extensão dos domínios de um pequeno número de nações dominantes sobre o conjunto de praças financeiras nacionais" (Pierre Bourdieu, 1998, p. 54).  Na ponta, a globalização é a dominação financeira de conglomerados globais que subvertem a política dos Estado-nação aos interesses de organizações financeiras.

Neoliberalismo

S ei que pode parecer piegas falar de neoliberalismo em 2013 quando a catástrofe teve início em 1970. Vou colocar pequenos tópicos para que possamos entender um pouco a política que teve seu começo na Inglaterra da Dama de ferro, seguiu-se nos Estados Unidos de Ronald Reagan e, em nosso caso brasileiro teve seu filhote em Fernando Henrique Cardoso. Seguindo a minha linha de interpretação, não condeno esse sociólogo, apenas penso analisar o modelo econômico que seu governo seguiu na "onda global" por princípios de seu partido, o PSDB.

Movimentos sociais III

Não é verdade que os movimentos sociais sejam contra esse governo ou o outro, esses governos apenas estão no caminho de um sistema que é podre desde o começo.  Cabe aos governantes criar outro sistema, mas sabemos que governar na democracia significa enfrentar oligarquias instaladas desde sempre no poder. Elas funcionam como carrapatos na pele, são bem encrustados e dependem do sangue que sugam. Estão lá no Congresso, nas duas casas do Governo e, também, no Judiciário. Esse conluio do poder fez um casamento com a mídia que ostenta o poder e a riqueza deles. Sem que se perceba por muito tempo, desse casamento de consanguinidade de primeiro grau, sai o sentido de felicidade para o povo - ou seja, a felicidade é inventada por fora.  A dupla formada dos setores privados privilegiados e o setor público corrupto, juntamente com a mídia, decidem o que  felicidade do povo.  Por exemplo, a indústria cultural oferece em abundancia uma produção ridícula do que vem a ser cultura para o po

Movimentos sociais II

No caso brasileiro, "a mão direita" do Estado fez uma amizade escusa com o setor privado, fazendo deste um dedo da mão direita. Na frança Bordieu chama de "fidelidade aos amigo", onde os cargos fundamentais do setor público são colocados nas mãos dos amigos dos governantes. Na França, assim como no Brasil, vemos a cena se repetir. No Rio de Janeiro não faltam notícias das aproximações perigosas dos empreiteiros com o governador do Estado. A vantagem é que vive-se um momento onde as informações circulam, sendo inventadas, as vezes, ou verdadeiras, outras vezes, uma massa de insatisfeitos tende a crescer.  

Movimentos sociais

Para entender "as passeatas de junho" de 2013 no Brasil é aconselhável ler Contrafogos de Pierre Bordieu.  O sociólogo divide o Estado em mão direita e mão esquerda. Não é nenhuma alusão à categoria política, "esquerda direita". São os seguimentos institucionais que foram divididos segundo interesses de Estado, na França dita socialista e no resto do mundo neoliberal.  As instituições da mão esquerda comportam a educação, a saúde, a segurança, os transportes e os serviços sociais.  Em relação à mão direita, o autor coloca as instituições financeiras, públicas e privadas, os burocratas, os ministérios e os gestores que submetem a mão esquerda. A questão é que o Estado abandonou a mão esquerda, esqueceu ou não quer saber desse contingente.  Na saúde, persiste o caos, na educação não é preciso falar de novo dos baixos salários e nas más condições em que se encontra a escola que não prepara para nada.  Nos transportes se repete o abandono do cidadão que gast