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Mostrando postagens de setembro, 2016

Sensações

Os dias frios e cinza no cais, nos aproxima como as aves que se juntam para aquecerem os corpos - olhos dissimulando no entremeio, entre o mar e... não são fugas; são partes de jogo... forças ativam o olhar até o limite de uma distração necessária ... longínqua, nos confins do mar... em baixo de nossos pés... as marolas quebram finalmente em seus limites ... nós ainda não. Perpetuamos olhares silenciosos ... sem que hajam meios de medir as intensidades... (Branco - indefinidos/no café).

Sensações

Um névoa de indefinições insiste, desde os olhares, enquanto os olhos em formato e cor de amêndoas fogem constantemente para o horizonte... os cabelos tocados pelo vento desdobram os cachos de ébano, cheiro de ameixa.... as palavras se fragmentam em balbucios desencontrados... nada pode ser mais veloz do que os indefinidos... (Branco - no café).

Política

Aos alunos e alunas que se interessam por ciência política: os chamados golpes republicanos - Fernando Lugo, no Paraguai; Manuel Zelaya, em Honduras e Dilma  Rousseff , - tratou-se de golpes "republicanos"; mas sem se conhecer os ideais republicanos que se baseiam na Revolução Francesa - Os três governos seguiam os passos do desenvolvimento social, distribuição de rendas e justiça para os menos favorecidos. Os três foram golpeados por seguirem a política de desenvolvimento econômico da base da pirâmide para cima. Os golpistas pensam no desenvolvimento de cima para baixo, a velha história de 500 anos, a de fazer o bolo crescer para, depois, fazer a divisão. Ele cresce sempre, mas nunca é dividido. (Lendo "Lava-Jato" de Paulo Moreira Leite).

Educação

Seria necessári0 iniciar um trabalho esquizoanalítico no seio da educação com educadores - fazer perceber o efeito do ópio ideológico - não estamos educando para fazer pensar; estamos esculpindo mentes downloading - descarregando lixo que parte de um centro de comando. O que resulta numa mecanização robótica dos indivíduos que - pouco a pouco - perdem a capacidade vital de pensar (Branco - C/Mészáros).

Educação

A educação poderia traçar planos de possibilidades; mas atrofiada como é, reproduz o paradigma do Estado, fazendo-se mecanismo de reprodução social. Se um dia pensou-se que a sala de aula era um laboratório que fazia pensar, foi porque não se leu o suficiente. José Martí disse antes que pudéssemos perceber: a escola é um formidável lugar de fabricação de cárcere do homem (a tradução é minha), talvez por isso exista "grade de notas", "uniformização", "conselho de classe" e outras palavras de ordem (Branco - C/José Martí).

Educação

O educador se orgulha pelas boas notas dos alunos, sem perceber que, o(a) aluno(a) está indo "bem" num sistema que está indo muito mal. Nunca pensei que educadores não fossem capazes de pensar no todo sem excluir as partes. Educamos por fragmentos, nesse sentido, somos peças da engrenagem monstruoso sem poder perceber que, o bom é o mal subjazem numa moeda de boa aparência - trabalhamos na inversão da lógica (Branco - c/Mészáros).

Palavra

No senso comum - não se sabe, não se pode saber - reduzidos ao "ouvir-se-falar" de uma substância fônica-grafada em signos e letras, construiu-se a imagem do mundo; as verdades e a verdade sobre todas as verdades - Deus e o mundo - nascem do vocábulo humano, no clarão de um instante em que se diz: "ouvi falar". Não dessa forma; mas com toda a reverência que o logos impõe. É a fabrica de santificar palavras... que se ligam em axiomas até o limite do significante do significado. Tudo passa a existir (Branco - c/Jaccques Derrida).

Natureza

Do quarto andar, olhando através da varanda, vejo a copa de uma amendoeira que quase toca minha sala. Como em Angola, deveria ser tratada como a árvore da palavra - pois, pássaros se aninham entre as folhas tagarelando em minhas manhãs: são maritacas em bandos que chegam para saborear amêndoas - um mico se mostra com seus olhos fixos, como se curioso estivesse, em relação ao que escrevo, me simpatizo com ele (Branco c/Agualusa).

Futuro

Não é necessário esperar pelo futuro - ele virá sem que se espere - virá como monstro que desfaz todo sentido do presente. Usemos o futuro como essa arma que afronta os signos que, com esforço, tratou-se de organizar numa forma gramatical - o Bem e o Mal - ordenada em sintagmas, fonemas, morfemas, significantes e significados. Não sofram antecipadamente à monstruosidade do futuro. Deixem que ele venha e faça sua obra devastadora (Branco c/Jaccques Derrida).