Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Eu

Imagem
É Blanchot que diz, “algo acontece (aos personagens) que estes só podem retomar renunciando ao poder de dizer Eu". Eles são passagens, estágios, nômades. (Clécio Branco - na clínica).

Imitação

Imagem
O fenômeno da imitação começa na infância - uma criança imita o adulto -, passa pelos programas de auditório, onde um indivíduo contratado - levanta, bate palmas, dá gargalhadas e o resto repete - dentro e fora do programa. Depois, se espalha pela mídia de massa - a indústria cultural - padroniza consumo, moda, modela corpos, sugestiona tendência políticas, cria religiões. Em fim, parece que a infância do homem não termina (Clécio Branco - na clínica).

Imitação

Imagem
O psiquismo é plástico justamente porque se adapta facilmente à imitação. Somos um pouco além dos macacos, que imitam sem saber. Nós imitamos sabendo e não sabendo, na maioria dos casos. Possivelmente, 5% pense esse fato, 15% pensa que pensa e 80% morre sem jamais saber que vive submerso no efeito hipnótico da imitação (Clécio Branco - na clínica).

Imitação

Imagem
Que ninguém se assuste ou se magoe demais, quando se diz que o estado social é um estado hipnótico - assim como o religioso - somos seres que agem por imitação. Isso pode ocorrer inconscientemente, por sugestão ou por força. Mas sempre funciona dessa forma, cria-se imagens ou ideais que, quando sugestionadas, passam a ser imitadas. Por isso, vive-se em constante estado de hipnose sem saber (Clécio Branco - aula de Sociologia).

Imitação

Imagem
A imitação que causa o estado "hipnótico" da sociedade, vai do simplismo da moda, ao pensamento que se torna senso comum - hábitus para Pierre Bourdieu - Por exemplo, nesses dias pensa-se ter adquirido o mais elevado grau de autonomia, quando na verdade, a sociedade se encontra cristalizada no automatismo hipnótico - mas sem poder saber. A Indústria Cultural trabalha fazendo de todos, imitadores de mercado. Nisso, pensa-se ser autônomos sendo autômatos incapazes (Clécio Branco- aula de Sociologia)

Bestialização

Imagem
A sociedade conseguiu bestializar o aluno sem que esse percebesse todo o processo. Na maioria das vezes, tais alunos, ainda têm algumas perguntas em aula: - Professor, isso é para copiar? - Professor, isso vale nota? - Professor, é em grupo? - Professor, quantas linhas? ... ... e nada mais.

Multidão

Imagem
Multidão: Para Gabriel Tarde, a multidão reunida é um "verme, um bicho impulsivo e maníaco". A besta humana solitária é perigosa, mas ninguém pode esquecer que a multidão enfurecida é uma besta de movimentos desordenados, a cabeça pende para um lado e o corpo em direção imprevisível. Nesse momento, no Brasil e no mundo, esse verme maníaco está se formando e crescendo no seio das elites. A mídia dessa classe endinheirada está amamentando esse animal invertebrado (Clécio Branco - aula de Sociologia).

Multidão

Imagem
Uma besta humana tem o poder de criar uma multidão enfurecida de proporção inimaginável. Os déspotas foram capazes de realizar esse feito horrendo. Hoje, de forma camuflada, essa besta é a "mass mídia" que manipula milhares fazendo a massa se deslocar para o seu alvo - um devir sombrio que cresce como fermento na massa (Clécio Branco - aula de Sociologia).

Amor

Imagem
E que ninguém pense já saber tudo sobre o que é o amor - é bem mais razoável admitir que nada sabemos sobre ele -, chegaremos à velhice e descobriremos apenas o que o amor não é (Clécio Branco - pensando estar amando a vida).

Amor

Imagem
O "eu te amo" dos amantes apaixonados é apenas o desejo de possuir o belo corpo, de saciar a sede nos molhados beijos, de fundir os corpos na maior intensidade que o limite físico permitir. Pensam ser isso o amor. Mas trata-se apenas de uma brincadeira de Eros - esse deus sagaz, mortal por parte de mãe e imortal por parte de pai - logo ele se despede e abandona os amantes na maior penúria, quando um dos dois se tornará pedinte (Clécio Branco - me divertindo com as palavras).

Representação

Imagem
Mediante a dificuldade em relacionar-se com o Real, o homem forja valores, atribuindo simbolismos antagônicos - substitui as soluções do pensamento por personagens míticas do bem e do mal de origem imemoriais - que obedecem direções negativas-positivas; para cima-para baixo; claro-escuro; bem-mau; deus-diabo. Essas representações imaginárias e/ou simbólicas são as mesmas representações para estados, passagens, sensações e afetos que preenchem o corpo - nada mais. Uma entidade fixa (EU), cria representações mentais (inadequadas) ao que é pura e simplesmente estados da natureza (Clécio Branco - aula de filosofia).

Regras

Imagem
Para viver, construímos regras. Para continuar vivendo, transgredimos as regras que construímos (Clécio Branco - no café).

Vida

Imagem
A vida tem seus caminhos - é inútil criar regras para a vida - ela sempre segue, expandindo-se, crescendo e subindo ao nível máximo que pode. Pensar que a vida se limitaria às regras morais é infantil e ilusório. A vida "brinca" diante de nossos olhos como uma criança, sem piedade, sem misericórdia, sem simpatias ou antipatias. Ela apenas "é", soberana, implacável (...) eterna (Clécio Branco - no café).

Bagdá Café

Imagem
A "Rota 66" tem 3. 777 km, corta os USA de Leste a Oeste. O primeiro motel da estrada foi cenário do filme "Bagdá Café". Um filme delicioso. Na insólita paisagem do imenso deserto, uma família que mora e toma conta do café. A rotina do café inclui as conversas dos fregueses que são quase sempre os mesmos, velhos moradores do motel e alguns viajantes que vivem de passagem pela estrada (Clécio Branco - no café).

Alienação

Imagem
Branco Branco Uma carreirinha de formigas tem mais consciência, ao seguir os passos da primeira formiga, do que humanos seguindo notícias da mídia. As formigas sabem exatamente onde vão chegar (Clécio Branco - aula de sociologia).

Bebê

Imagem
Em artigo antes mencionado, “Deleuze e os bebês”, o autor apresenta o bebê como personagem conceitual, e vê nele a “forma mais profunda da relação de vida e pensamento”. No texto, o autor traduz o caráter de indeterminação do bebê, afirmando que “a vida (...) se encarna na figura do bebê”, uma vez que ele é inteiramente “singularidade pré-individual” (Clécio Branco - aula de filosofia).

Crianças

Imagem
As crianças precisam de muito pouco para serem felizes. No meu tempo, bolas de gude em um chão de barro, riscado ou com três pequenos buracos côncavos - eram as bulicas - nos encontrávamos depois das aulas. Nenhum adulto precisou interferir sobre as regras do jogo. São as crianças que inventam e reinventam as regras. Os sociólogos não sabem que nesse jogo existe toda a tese de coesão social? Os pedagogos não viram que as crianças praticam de forma real e concreta tudo o que os professores vão tentar ensinar de forma abstrata e distante da realidade das crianças? (Clécio Branco - sobre o tempo da infância).

Lembranças

Imagem
Aquele menino branco, sardas no rosto e cabelos meio vermelhos, sabia fazer pipas desde cedo na vida. Ele - e os outros da mesma espécie - não sabia que sabia intuitivamente, o jogo da geometria e da física, que se exige para fazer uma pipa flanar no vento sob o manto azul do céu. Ele sabia dividir o espaço físico do papel, entre as varetas simétricas de bambu seco. Eram as melhores pipas do bairro, as mais procuradas. No céu das férias de julho, pontos coloridos enxameavam o espaço, disputando com as nuvens um lugar na imensidão sem fim (Clécio Branco - lembranças da infância que não se deve esquecer).

Lembranças

Imagem
Para fazer uma pipa que se equilibre no espaço vazio, é preciso justeza geométrica, cálculo matemático, domínio das leis da física e grande noção de estética - sensibilidade para o belo. Os meninos que confeccionam pipas sabem tudo isso. Mas quando chegam à escola eles vão mal nessas matérias. Certamente, a escola, e o sistema de ensino, não sabem nada sobre pipas (Clécio Branco - lembranças da infância que não se deve esquecer).

Eu - ilusões de eu

Imagem
Ou nunca se soube que o corpo sob a orientação do Eu se torna um corpo bestialmente "espiritualizado?" Chamo de bestial o organismo que perdeu suas potencialidades de "vontade de poder" em detrimento da "vontade de nada poder" de uma entidade abstrata e fictícia - EU. Nada resta ao corpo, além de uma vida escondida na hipocrisia espiritual do Eu, que justifica sua "vontade de morte" na esperança do além mundo. Mesmo quando o corpo é afetado pela beleza sensível do mundo, o Eu transporta para o além mundo negando a vitalidade da vida no mundo (Clécio Branco - aula de filosofia, Nietzsche ao meu modo).

Eu - ilusões de eu

Imagem
Talvez, a maior de todas as doenças esteja localizada no Eu - formado como está, em bases morais - o Eu age com reatividade às excitações do corpo - Pensando ser imoral tudo aquilo que é instinto e afetos, as defesas do Eu afasta o corpo de tudo àquilo que pode. Dessa forma, prisioneiro nas correntes de ferro do Eu, o corpo subsume suas potencialidades às crenças do Eu - naufragando em ficções, vive o homem, uma metade de vida, uma vidinha de merda e de medo (Clécio Branco - aula de filosofia).

Eu - ilusões de eu

Imagem
O Eu nunca pode ser sujeito de suas ações. Ele se assenta sobre uma matéria fluida, semovente, escorregadia - o inconsciente, esse sujeito desconhecido - Quando o Eu faz do mundo sua própria casa, essa casa, sendo ela mesma projeção do Eu, é o lar construído ao bel-prazer do Eu. Daí não haver acordo entre as faculdades do pensamento, nem na utopia de uma sociedade perfeita - ou minimamente próximo disso (Clécio Branco - aula de filosofia).

Non sense

Imagem
No trágico, diante do trágico, vivendo o trágico - aqueles que creem num deus - vê-se a repetição vazia do discurso sem sentido: "foi a vontade de deus" ou, "foi por deus". Não se sabe ao certo, se foi deus que provocou o trágico, se foi ele que não permitiu o trágico mais trágico ainda - não se sabe o que a frase quer dizer. Apenas se diz "deus" por não haver nada para por no lugar vazio - penso eu (Clécio Branco - de volta às aulas).