O inferno
Estamos em meio a uma pandemia. Essa coisa parecia distante, algo medieval, mas não, está entre nós hoje. Anoiteceu depois de um dia longo e estranho, a ordem das coisas foram alteradas. As ruas outrora cheias, hoje estavam quase desertas. Apenas os animais de rua andavam livremente: cachorros vira-latas perfeitamente adaptados à vida urbana e alguns gatos noturnos. A praça, turva de uma neblina solitária, cedeu lugar às cores das flores que exalam perfumes diversos. Ao anoitecer a "dama da noite", com seu cheiro adocicado, cobre a extensão dos espaços vazios dos humanos. É o perfume dominante nas noites frias. Deve ser a razão de ser, da "dama da noite," nas noites frias que antecedem o inverno na Serra. É delicioso andar solitário nesses dias, em que as pessoas, por pavor da estranha coisa no ar, deixaram as ruas e se refugiaram nas casas. Nesses dias, descobrimos a ameaça real da presença nas pessoas. Muito de repente ficou assustador entrar em contato com e