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Mostrando postagens de 2014

Futuro

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Diário de classe: a ironia da frase, "quando chegarmos lá, se tiver uma ponte nós atravessaremos", pode ser pensada em diversos casos de economia política que afetam a vida em geral: inventamos os transgênicos, se no futuro tiver consequências indesejáveis, pensaremos a solução. Extraímos petróleo e deixamos uma imensa cratera aberta nas profundezas dos mares, se der problema, no futuro, pensaremos no que fazer. São apenas dois dos milhares problemas que criamos no escuro para gerações futuras (Branco - aula de sociologia).

Angústia

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Diário de classe: o que são doenças de nosso tempo? Sãos as que atuam na interface entre o meio em contínuo desmoronamento e o Eu que experimenta o aumento da ansiedade desproporcional. As alergias, a bulimia, a anorexia, as fobias, a síndrome do pânico, as compulsões etc. A interface dessa relação de conflito, tem o corpo como símbolo da manifestação fenomênica das mutações genéticas. O corpo é a tese que leva ao limite as provas de que somos um animal que tenta se adaptar. A tese de Darwin, tão odiada pela cristandade obtusa, se confirma diariamente em nós mesmos (Clécio Branco - aula de psicologia social).

Angústia

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As identidades se deslocam do Eu individual para o estereótipo da indústria cultural. Os anúncios publicitários, os modelos de reality show, os simulacros das telenovelas, produzem juntos, o modelo de identidade que merece amor e atenção. Junto a isso, proliferam as academias e produtos de muscular rápido, como se fossem, os indivíduos, frangos abastecidos com corticoides à noite para amanhecerem gordos e abatidos em açougues. Há um sofrimento nisso, uma paranoia de ser aquilo que a vitrine das personalidades decidem como "vendáveis" (Clécio Branco - aula de psicologia social). Ausência de angústia

Angústia

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A angústia da atualidade está relacionada ao que se chamou de "multidão solitária". A identidade em um "EU" se dissolve continuamente em muitos "eus" e a singularidade desejada fica cada vez mais distante. Desse distanciamento, entre a singularidade e a pulverização do Eu, nasce a angústia moderna com seus transtornos fóbicos, transtornos alimentares, compulsões... (Clécio Branco - em psicologia social).

Eternidade

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"Tudo vai, tudo volta; eternamente gira a roda do ser. Tudo morre, tudo refloresce, eternamente transcorre o ano do ser. Tudo se desfaz, tudo é refeito; eternamente constrói-se a mesma casa do ser. Tudo se separa, tudo volta a se encontrar; eternamente fiel a si mesmo permanece o anel do ser. Em cada instante começa o ser; em torno de todo o "aqui” rola a bola "acolá”. O meio está em toda parte. Curvo é o caminho da eternidade." - Nietzsche, em aula de filosofia -

Classes

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Diário de classe: há evidências que os lugares mais pobres do mundo estão em áreas onde o chamado Primeiro Mundo colonizou - e ainda coloniza de outras maneiras: Maputo (Moçambique), Kinshasa e Cochabamba (Bolívia). Nesses lugares, as famílias têm um consumo per capta de menos de 75 centavos de dólar por dia (Clécio Branco - aula de sociologia em Mike Davis).

Classes

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Diário de classe: a sociedade competitiva é marcada pela divisão quantitativa e qualitativa do desejo e realização de satisfação de alguns em detrimento da frustração de outros. A posse de objetos satisfaz os possuidores ao mesmo tempo em que frustra os que não podem possuir. Ou seja, essa sociedade condena os seus membros ao fardo da competição que distancia uns dos outros do espírito colaborativo. Esse fato ocorre o ano todo, mas principalmente nessa época de festas (Clécio Branco - aula de sociologia).

Classes

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Diário de classe: a posse é inseparável da liberdade. Em nosso caso, ter é condição de possibilidades. Logo, a extensão de condição de liberdade está limitada para os que não têm na mesma relação - exponencial - dos que têm. Vemos nessa lógica, a montagem cínica da sociedade de consumo que produz nos objetos, o fetiche espiritual da felicidade. O "feliz natal" é tão cínico como estrutura de discurso quanto a promessa de felicidade da posse de objetos. Por isso, a indústria cuida em fazer tudo para "todos" - um automóvel Ferrari para uns poucos e as quinquilharias de 1.99 para os milhares (Clécio Branco - aula de sociologia).

Classes

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Diário de classe: na sociedade de competição, os recursos são concentrados em formas de riquezas nas propriedades dos vencedores. Em nível global como nos encontramos hoje, essas propriedades se transformam em conglomerados de monopólios dos recursos do planeta. É fácil entender o equivoco de Malthus, a pobreza cresce na ordem em que Malthus entendeu como bocas para comer e a riqueza concentrada está relativa aos ricos que provocam a escassez de alimento global (Clécio Branco - aula de sociologia).

Classes

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Diário de classe: os recursos, cada vez mais abundantes de um lado, e a escassez, cada vez mais avassaladora do outro, gera uma interpretação imoral dos primeiros em relação à pauperização do segundo grupo. As duas categorias se solidificam, o que faz parecer normal o estado de coisas: miseráveis e pobres numa ponta e abastados e ricos na outra. Segundo Bauman, esses pobres serão vistos como pessoas preguiçosas, que fogem ao trabalho árduo, inaptos e que "escolheram seu próprio destino" (Clécio Branco - aula de sociologia).

Perguntas

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Diário de classe: a desfamiliarização tem benefícios indiscutíveis para o indivíduo e para a sociedade. Ela abre possibilidades de vida - ao fragmentar o Eu convicto - amplia a condição de Eu ser em rede de conexões que escapa ao CONTROLE de mim mesmo e do outro que sobre mim estabeleceu - um dia - o controle. Ou seja, desfamiliarizar é ampliar os horizontes de Eu sobre mim e sobre o Outro (Clécio Branco - aula de psicologia social em Bauman).

Perguntas

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Diário de classe: tipo de pergunta que pode desfamiliarizar. É muito comum que os heterossexuais façam - partindo do senso comum - a clássica pergunta sobre "o dia em que o homossexual decidiu ser homossexual". Mas poucos lembram de fazer a pergunta ao reverso: quando foi que o heterossexual decidiu ser heterossexual? A questão familiar que pode ser incomodada é o fato de se pensar que o "normal" ou "natural" é que somos "naturalmente" aquilo e não isso. Esquecemos a questão fundamental, somos seres afetivos e sexuais. A binaridade é uma invenção de nossas consciências e que, não se harmoniza com a multiplicidade da natureza (Clécio Branco - aula de psicologia social em Bauman).

Perguntas

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Diário de classe: Nossas perguntas podem transformar o "evidente em enigma", introduzir dúvidas onde só haviam certezas - "desfamiliarizar o familiar" - Clécio Branco - aula de Sociologia em Zygmunt bauman.

Perguntas

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Diário de classe: A sociologia é a ciência que faz perguntas incomodas ao que é familiar e aceito em conformidade com as crenças estabelecidas. Fazemos perguntas que ninguém quer lembrar por conveniência. As perguntas da sociologia podem causar ressentimentos em quem interessa manter interesses pré-estabelecidos (Clécio Branco - aula de Sociologia).

Corpo

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O que é imanência? O que é transcendência? Imanente é o que existe em si. A fome é imanente ao corpo, o sono, o desejo. Nenhum desses afetos vem de fora do corpo. Tudo que não necessita ser introduzido, interiorizado, é porque pertence à natureza do corpo. Por outro lado, o transcendente é alhures, não é da natureza mesma, por isso tem que ser imposto, introduzido por subjetivação. Depende de assimilação e, depois, dependerá de ser mantido por ritos. Então, o que acham, Deus é transcendente ou imanente? (Clécio Branco - aula de filosofia). Gosto

Sade

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Pensando o amor sob a ótica de Sade, quando um homem diz estar apaixonado por uma mulher, é simplesmente o fato de sua visão ter lhe despertado o desejo que lhe encheu de "vontade de enfiar seu cacete na boceta dela". Em Sade as coisas são claras assim. Ele retira as máscaras do puritanismo moral de seu tempo - e além do nosso (Clécio Branco - aula de filosofia). Gosto

Sade

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O que Sade consegue mostrar é que tudo que a moral religiosa sempre considerou como resultante da queda do pecado no Éden, não tem nenhuma relação com tal estória, pelo contrário, tudo que é sombrio, e da ordem da imoralidade, faz parte da natureza humana (Clécio Branco - na clínica). Gosto

Caos

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Quem disse que a natureza é harmônica? É porque deseja que seja. Mas a natureza é força ativa, força estética e não obedece a nenhum desejo de harmonia. A natureza é caos desde o seu princípio (não é o começo), e não tem fim. Se o homem desaparecer da Terra a natureza (sem o homem) tomará conta de tudo (Clécio Branco - no café).

Eternidade

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Amar nos faz sentir imortais. As histórias de amor vão sedimentando estratos afetivos no corpo que, permanece marcado como se o tempo liso, de uma forma singular, por ele escoasse permanecendo liso, dando ao corpo a sensação de um sempre que nunca acaba. É que Eros é imortal pelo lado do pai, e mortal pelo lado da mãe. Por isso ele morre numa estação e renasce em outra (Clécio Branco - afetos de Maffesoli no café ).

Bem e mal

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Todos os séculos de civilização judaica-cristã que atravessou o iluminismo até nossos dias não pôde erradicar ou, pelo menos, sufocar a natureza obscura que nos habita. Freud e Jung ousaram descrever, cada um ao seu modo, o inconsciente escondido em nós. Esse é o "coração, terra onde ninguém pisa", nosso lado sombrio de nossa animalidade que a civilização pensa infantilmente ter soterrado em nós. Deixamos de ser animais apenas, pior, somos animais que pensa. Não existe animalidade mais assustadora do que a humana (Clécio Branco - sob o efeito de Maffesoli - no café).

Bem e mal

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Pode ser temível e temido, mas o trovão noturno serve para sacudir uma vidinha miserável e incipiente do casal que não se suporta mais no dia a dia. Se por um lado, um dos pares se acomodou ao tédio e nele se engessa facilmente na pulsão de conservação, o outro, movido pela pulsão de morte - força estética - pode ser o trovão da meia noite que convida a tempestade noturna. É o aguaceiro que arrasta o tédio, mas não sem angústias e dores. Alguém conhece outra forma de existir? Eu não (Clécio Branco - terminando Maffesoli no café).

Bem e mal

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As noites românticas dos amantes sonhadores, é a mesma noite da transmutação do amor e dos amantes. A transmutação "indesejada" da alegria em tristeza, do prazer em dor, é também, a transmutação cavada pelas mãos dos amantes. Eles não sabem, mas a pulsão erótica que os uniu tem o seu oposto trabalhando nas noites românticas, a pulsão de morte. Morte e vida cercam de cuidados - cada uma ao seu modo - toda relação amorosa. Não é sem motivo que alguém disse em algum lugar: "toda história de amor termina em tragédia" (Clécio Branco - lendo Maffesoli no café). Gosto

Bem e mal

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Até onde podemos saber, a atitude criadora "baseia-se na integração constante entre o bem e o mal". Na "harmonia dos contrários" consiste a criação que conhecemos. As forças estéticas se encontram no jogo de forças eternas e incriadas - as noções de bem e mal, deus e o diabo são na verdade representações nominais que se dá a essas forças. Está em toda parte, desde um pequeno formigueiro, passando pelos oceanos é o mesmo jogo de forças que nos atinge: nossa sombra e nossa luz. Nosso lado mais bondoso e nosso desejo perverso. "Todo mal é portador de uma flor" (Clécio Branco - lendo Michel Maffesoli no café). Gosto

Homem Deus

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Já houve um século em que os homens acreditavam que o universo era harmônico e dirigido por um de Deus que os punia para que não desejassem ser igual a Ele. Isso foi na Antiga Grécia e no Antigo Testamento. Mas deixando os "antigos" para trás, a medida que os homens descobrem que Deus tem história, logo, Ele tem a face do tempo e não passa da imagem perfeita da criação humana - o homem descobre que ele é o único legislador de si mesmo. A diferença entre os dois sistemas é simples: no primeiro, com Deus existindo, tudo era permitido. No segundo, nada deveria ser permitido. Mas à sombra do Deus inconsciente que tudo perdoa, o homem faz uso dessa imagem para justificar seus atos - "foi a vontade de Deus", ainda dizem isso e nada mudou. A maior necessidade da existência de Deus vem da má fé do homem. (Clécio Branco - no café). Gosto

Democracia

A transição da política dos bastidores para a política do ciberespaço não pode ser barrada ao golpe jurídico, ao contrário, o judiciário deverá criar as condições para que a democracia - já em lei constitucional - possa ser liberta do atraso a que os políticos a submetem por interesses privados. A Ágora pós-moderna é o ciberespaço. Nele, a lógica do rizoma se faz multidão, no sentido da democracia que começa a se delinear em nossos últimos dias (Clécio Branco - aula de sociologia).

Democracia

A lógica rizomática se concretiza na rede de sistemas amplos de hipertexto. Nesse sistema, sem interesses privados da mídia milionária, é uma multiplicidade de caráter a-numérico que está em jogo. Trata-se do manejo imanente do jogo do desejo de milhões que se encontram livres para discutir suas razões e preferências. Ninguém poderá deter em fronteiras fixas - nem nordestinos, nem sulistas - os deslocamentos contínuos, as conexões sem fim ou, as mudanças de direção que queira operar. O rizoma é fluxo de desejo, cresce em todas as direções imprevisíveis (Clécio Branco - aula de filosofia).

Redes

A instauração de uma cultura coletiva - no ciberespaço - numa sociedade como a nossa, onde não se atingiu os direitos plenos de cidadania: direitos à educação crítica e de qualidade. Levará fatalmente o povo, a ser induzido pelas informações da hegemonia das mídias ao rebanho mais passivo e a-crítico do que o rebanho religioso. O povo acreditará nas palavras de ordem da mídia que se encontra refém de um judiciário tendencioso, de um legislativo corrupto e de um executivo engessado (Clécio Branco - aula de sociologia).

Mundos

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O mundo de "vontade e representação" é o nosso mundo visto através das janelas de nossa percepção.Um outro mundo só existirá quando passar por esse filtro. Sem que isso ocorra, sem que estejamos de posse dessa condição psicofisiológica, não haverá mundo que nos diga respeito. Um outro mundo, fora dessas condições limitantes, está completamente perdido de nós mesmos, seus sons e suas imagens de riquezas nos permanece além de nossa caverna (Clécio Branco - no café).

Ecologia cognitiva

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Ainda não se disse muito sobre o significado de uma ecologia cognitiva. Ou não se quer saber sobre tal coisa. Uma mente individual se forma imanentemente ao corpo e à subjetividade - vias exteriores de mensagens. O que isso quer dizer? De forma simples, a mente constitui valores e crenças por essas vias exteriores e, pode fazer delas, um sistema rígido e engessado, tomando como verdadeiro qualquer fato desde que, nela - na mente - não se tenha introduzido também as condições de auto-crítica (Clécio Branco - aula de filosofia). Gosto

Diário de classe

A instituição - escola - no Brasil é produto de uma divisão de sociedade de classes. A máxima que diz ser, a sociedade produto da escola, é inteiramente ideológica. A real condição da escola é que ela nasce das entranhas de uma sociedade de classes. É para servir a esse modelo de sociedade que a escola foi criada. Por isso, existem basicamente duas escolas: uma para "fingir" educação - e essa é a realidade incontestável. Daí, todo aparato cínico do Estado burgues em torno de um discurso pela educação. Essa escola, fruto do cinismo do Estado, se desenvolve na direção de fazer uma classe operária alienada e servil - no dizer de Foucault, fazer corpos dóceis. E existe a outra escola, que visa formar a intelectualidade que vai exercer o domínio das forças políticas da sociedade - uma classe intelectual. O acesso da classe operária à escola burguesa é barrada por um muro mais complexo do que o Apartheid. A realidade fica obscura pelo slogan "Educação Direito de tod

Angústia

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O mal estar de um indivíduo se situa no entremeio de sua razão consciente e de seu depósito emocional que nunca segue na mesma direção. Um indivíduo permanece emocionalmente ligado aos pais da infância e, por outro lado, em luta para assumir a vida de adulto que a razão exige. Nesse intervalo, entre uma instância e outra, há um fosso abissal de angústia e sofrimento mental (Clécio Branco - na clínica). Gosto