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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Escola

“Os conceitos”, “são exatamente como sons,  como cores, como imagens, os conceitos são intensidades. São intensidades,  que passam ou não passam”.  Não se trata também “de fazer parte de uma  escola filosófica ou de se criar uma escola”. Não se trata de criar uma escola  deleuzeana.  Uma escola é confortável, é alguma coisa que nos acolhe e nos  salvaguarda dos perigos das experimentações perigosas.  É um lar seguro de  onde se parte das mesmas teorias, dos mesmos princípios, da mesma prática  clínica.  Não ter escola implica uma certa solidão, não uma solidão solitária,  mas uma solidão povoada de encontros, encontros com o devir que irrompe,  ou com as núpcias.  Que se construa essa solidão exilada de escolas, exiladas  de idéias pré-concebidas, de fundamentos inamovíveis, de modelos estratificados. Como fazer uma escola na solidão?

Devir

O devir filósofo não tem nada a ver com a história da filosofia, devir é  justamente não imitar, não partir de um modelo pronto, como pretende a  informática quando se apropria do conceito de rizoma. É não partir de posições  e pressupostos teóricos pré-estabelecidos, máquinas binárias (questão–  resposta, feminino–masculino, homem–animal). “Há sempre uma máquina  binária que preside a distribuição dos papéis e que faz com que todas as  respostas devam passar por questões pré-formadas”.  Tem de se passar pelo  sujeito do enunciado, do lugar de onde se está falando, de qual raiz ou ramo:  “assim se constitui uma tal trama que tudo o que não passa pela trama não  pode, materialmente, ser ouvido”.  A questão é não parte para a construção da filosofia dessas máquinas  binárias. O devir filósofo é como as núpcias entre dois reinos, para se opor à  noção de máquinas binárias.  O exemplo está nas núpcias entre as  vespas e as orquídeas: “a orquídea parece formar uma imagem de ves

Questões...

Sempre se parte de um pressuposto, de um fundamento ou de uma  escola. Não é voltar às questões do passado, num movimento arqueológico,  aprisionar-se no passado para fazer filosofia.  Não seria nem esse passo para o  passado, nem um olhar para o futuro, como previu o socialismo, nunca se  tratou de ter respostas prontas para as questões. O marxismo se pautou  sempre por um projeto para o futuro, projetos alternativos para uma sociedade  sem classes, um projeto para o mundo.  Deleuze está interessado mais em  processos. O pensamento cartográfico, o pensamento rizomático, entre outros,  estão sempre nos remetendo a processos. Não se trata de dar respostas aos  problemas, mas sim de abrir as questões ao campo das multiplicidades e das  criações singulares.  Deleuze propõe uma saída das formas binárias do  tratamento das questões e propõe a criação de conceitos como uma forma de  criar inquietações, deixar as questões sobre uma certa tensão.  Em vez de ir ao  passado ou d

Questão...

Responder a uma questão é obturar essa questão, é impedir que ela se  movimente no sentido de múltiplas saídas que ela possa ter. Muito mais  interessante que a resposta, “é o silêncio ou a gagueira, e que seria como uma  linha de fuga da linguagem (...).  Dir-se-ia também: desfazer o rosto, fazer com  que o rosto fuja”. Responder a uma questão é fazer com que ela se reduza a  uma única saída, é levá-la ao nível de um pressuposto de origem, de um  fundamento que tem que desencadear as raias de uma verdade única,  cientificista.  Os inconvenientes dessa imagem de pensamento vêm do fato de  determinar os fundamentos, um sistema de raízes, ponto de partida: “(...) do  qual dependem todos os enunciados produzidos, de fazer reconhecer e  identificar em ordem de significações dominantes ou de poderes  estabelecidos: quando se diz: “Eu, na qualidade de (...)”.

Le désir

En considérant la valeur donnée au concept de désir en tant que  production, de la forme comme il est représenté par Deleuze et Guattari  dans L´Anti-OEdipe, nous défendons que celui-ci aurait des implications  importantes sur la formation de la pensée et la vie.  Le désir, comme  production, s´inscrit dans la critique deleuzienne des philosophies de la  représentation et, plus tard, avec Guattari, il inclut une critique de la  notion psychanalitique où le concept se trouve, ancré sous la loi de la  castration.  Le désir comme création de styles de vie se trouve dans  L´Anti-OEdipe où, pour comprendre les évènements sociaux, il est devenu  impérieux de considérer la force du désir opérant aux niveaux successifs  de la famille à la société.  Tout en répudiant la relation avec le négatif et  des valeurs qui déprécient les puissances de la vie, de la pensée et du  désir, les auteurs font usage de nouveaux concepts qui opèrent  ensemble: rhizome, corps sans organes, devenir, p