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O Eu e o Outro

Nos primeiros anos de nossa existência, não existe nenhuma diferença ou separação entre o Eu e o mundo, tudo é um bloco só. O mundo como extensão do Eu, que se interioriza e se faz Eu no mundo ou mundo Eu. Como bem percebe Piaget, “as impressões vividas e percebidas não são relacionadas nem à consciência pessoal sentida como ‘eu’, nem a objetos percebidos como exteriores”. Ou seja, o Eu não tem a capacidade de pensar a sua existência, nem, de forma acurada, a existência do mundo. O individuo toma o mundo de forma prática e utilitária, fazendo dos objetos e de sua consciência meios de sobreviver no mundo. Por causa dessa condição sensório-motor, tudo que o indivíduo percebe, e em que age, é centralizado de forma utilitária em sua própria atividade de viver. Tudo é acomodado às faculdades da mente com a única finalidade de sobrevivência da espécie. O Eu está no centro de toda construção da realidade, que, nesse início, trata-se da realidade imaginária