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Mostrando postagens de setembro, 2015

Palavras de ordens

O que pensamos de um "discurso", de uma "fala", de uma "saber especializado ou não" - desde o  discurso do pai que se transforma em "nome do pai" ou na "lei do p ai" - Primeiro Foucault, depois  Lacan, penso em termos de Gilles Deleuze: um saber é sempre "palavras de ordens" para conter fugas e dominar as reações.  Nesse sentido, penso a educação como produções de discursos, de saberes - longe de libertários - , que  funcionam bem como palavras de ordens. O "tu deves" permeia o discurso. É o modo sistemático de  colocar indivíduos no "bom lugar" (Branco - no café).

Política

A politica deixou de ser àquilo que se pensou no seu primórdio - o diálogo entre os homens da polis - e virou uma metafísica que sujeitou o indivíduo à condição de sujeito-objeto do fazer político alhures da polis. Digo de uma metafísica porque o corpo político não se encontra num lugar onde se possa aprisioná-lo dentro de uma ordem de legitimação da vida. Não, a vida determinada por uma política alhures da polis é, na verdade, um combate à vida (bios). Situação onde a vida nunca foi tão sacrificável (Branco - no café com Agamben).

Crise

Quando falam de crise, que crise? Nunca compactuei com a ideologia da crise. Não é o fato da vida ser crítica ou trágica - no dizer de Nietzsche? -,  Por isso, defendo que o estado de crise nunca foi exceção, mas significa mesmo que o sentido da vida e da vida social é estar sempre indo. No caso brasileiro, existe uma tal crise no plano burguês e, por outro lado, uma festa nas baixas classes periféricas?  A Europa vive em crise desde 1929, seria esse o caso, de haver uma crise/revolução burguesa que nunca pode cessar? (Branco - na clínica lendo Ortega y Gasset).

Produção

A miséria como produção capitalista pode ser explicada no fato de, a produção de mercadorias, depender de uma produção de subjetividade não qualificada.  Sendo assim, é inevitável a produção de miséria e precarização como resultado de uma produção geral - a capitalista (Branco - no café com Lazzarato)

Deus

Nesses dias de economia de mercado, religião de mercado, virtualidades de mercados, etc. Não se trata mais de saber se Deus está morto ou se sobrevive à religião dos mercadores televisivos.  Deus vai permanecer insistente no cenário porque, mais do que nunca, Ele é uma gramática.  Não se se livra de uma gramática que estrutura a subjetividade - ela se transforma na própria alma individual e coletiva (Branco - no café com Lazzarato).

Estamos sendo

Sou negro , sou branco, sou pardo, sou moreno, sou mameluco, sou amarelo, sou vermelho, homem e mulher - sou todas as cores do mundo - sou isso "e" àquilo, sou "e" e nunca sou "ou" - sou uma síntese inclusiva sem poder ser excludente. Sou o pássaro que voa e o animal que rasteja; sou o tempo que me submete ao dia e à noite... sou o vento, o fogo, a terra e o ar... a água me invade todo sem me afogar. Ou seja, sou passagens, fragmentos disso "e" daquilo, sou bricoleur. Essa condição não nos deveria fazer menos dogmáticos? (Branco - no café).

Indivíduo e Sociedade

Na relações de colonização, colônia e colonizador - existem as ilhas e a grande Ilha metrópole - a verdade é tudo o que pode conectar as ilhas ao Centro de todas as ilhas.  O que não pode ser verdadeiro para a metrópole, não o pode ser para as ilhas. Isso enquanto a relação entre metrópole e ilhas for vantajosa para a Grande Ilha (branco - no café).

Indivíduo e Sociedade

Na visão de Sloterdijk, uma sociedade é uma ilha - uma horda - de fantasmas e corpos-sonoros, de uma sonoridade psíquica, onde todos devem tomar como verdades àquilo que os mantêm num espírito de pertencimento.  O que seria a verdade então? Os fantasmas e a psico-sonoridade que os une e lhes mantêm coesos numa fraternidade, é claro. Eis o conceito de verdade! Tão somente o que é compreendido (Branco - no café).

Política e Sociedade

Se é verdade que Napoleão foi um maluco que acreditou ser Napoleão, o mesmo sucedendo com outro maluco que acreditou ser Hitler - podemos acreditar que na história das ideias - estamos sempre sendo conduzidos por malucos que acreditam neles mesmos como uma força política capaz de arrastar multidões (Branco - no café).

Política e Sociedade

Num momento histórico - da história das ideias - podemos pensar que um deus maluco, que odiava a ideia de unidade identitária, se envolve com o povo da Torre de Babel exatamente para barrar a unidade em detrimento da expansão.  O deus do Antigo Testamento abomina qualquer unidade que não seja ele mesmo o Senhor de tal unidade - por tanto, mesmo que as ações, tenham sido disfarçadas de ações divinas; sempre houve intervenções contra a unidade.  Isso vai contra a tudo que os clássico sociólogos pensavam em termos de unidade de uma sociedade (Branco - no café).

Política e Sociedade

Em nosso caso, trata-se de uma classe abastada e proprietária dos bens historicamente transferidos - de pais aos filhos - que repudia a unidade nacional. Classe abominável quando se trata de dividir os bens da nação de forma mais igualitária.  Esses, não tendo mais um deus em quem se apoiar, valem-se do mercado religioso sem deus - cujo deus, sendo o dinheiro e a opulência, não tem pudor nem respeito pela vida do próximo, pois o único próximo, é todo aquele que se aquadrilha em assaltos à ingenuidade do rebanho (Branco - no café).

O Homem

Nessa manhã, de uma suposta Independência, releio Peter Sloterdijk - num café da cidade, é claro - revejo com o pensador que, a invenção humana se caracteriza no fato do homem ter adquirido uma cabeça grande, peles finas.  As mulheres terem ficado belas, de pernas alongadas, vozes articuladas na linguagem - todos se fundam numa sexualidade crônica - onde os mortos se tornam notavelmente inesquecíveis - Eis o que  chamam de homem! (Branco - no café).