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Mostrando postagens de maio, 2014

Humanidade

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche disse como ninguém – Genealogia da moral - sobre a maneira de se produzir um homem. Foi preciso muita dor, muito tempo de dor e sofrimento imposto sobre o homem. Muito cheiro de carne queimada nas praças, do que hoje, concebemos como países civilizados. Muito óleo quente derramado sobre a pele, muita carne dilacerada para se chamasse o bicho homem de homo sapiens.

Humanos

O que o Eu individual quer fazer crer - e ele mesmo acredita - é que o mal é abstrato, metafísico, de outro mundo, das trevas, do mal das fantasias religiosas e nunca do homem mesmo.  Essa é uma forma absurda de nunca haver culpados para o mal que se pratica em escala global (Clécio Branco - no café).

Humanos

Se o mal radical estivesse além do nazismo de Hitler - se fosse uma metafísica do demônio cristão - os tiranos seriam anjos mal compreendidos (Clécio Branco - aula de filosofia).

Humanos

Estou falando do "mal" em outra direção que não segue o senso comum.  Exemplo, na Suíça, a esperança de vida de um recém-nascido é um pouco superior a 83 anos... na França, é de 82 anos.  Na Suazilândia (África Austral), é de 32 anos.  Além dessa mal, declarado entre realidades opostas, ainda se conta com a mentalidade insana de religiosos que chegam a dizer que a causa dessa miséria passa por uma falta de conversão religiosa ao verdadeiro Deus.  Tal crença, retira dos homens a responsabilidade - pois o tal Deus, pune as religiões diferentes (Clécio Branco - ensinando Sociologia).

Humanos

Baseado nessa fábula, penso que a culpa do mal no mundo não pode ser dos humanos que fizeram o mundo, deve ser dos cachorros e dos gatos - esses são o mal do mundo (Clécio Branco - ensinando Ética animal).

Humanos

Um rei costumava dar um indulto de natal a um prisioneiro.  Para tal, visitava cada criminoso em sua cela, e perguntava a razão de estar ali.  Todos diziam a mesma coisa:  - "Eu sou inocente majestade".  O carcereiro advertiu sobre um prisioneiro em especial que se encontrava no calabouço da prisão.  O rei foi até lá e fez a mesma pergunta.  O condenado respondeu prontamente:  - "Eu sou muito perigoso, por isso estou aqui".  O rei prontamente mandou soltar o preso dizendo ser perigoso demais deixá-lo entre "tantos inocentes" (Clécio Branco - ensinando filosofia).

Humanos

Ouvindo pessoas ao longo dos anos, não consigo entender a razão de haver tanta maldade no mundo.  Tudo que escutei deveria ter me convencido de que o ser humano é bom, e que o mal não deveria ter nenhuma relação com elas.  O mal deve vim das plantas, do mar, mas nunca das pessoas que pensam que pensam (Clécio Branco - aula de filosofia).

Humanidade

A ingenuidade do homem de consciência - os que acreditam ter consciência que a fome é um fenômeno da natureza ou castigo divino - não sabe que toda consciência é mediatizada por ideologias. O mundo e a realidade não são auto-evidente - self-evident - um sistema ideológico, como previu Marx, serve para obscurecer a realidade - nesse caso, os grandes criminosos das massas humanas permanecem encapuzados em suas ideologias. E o ingenuo homem da consciência continua em suas crenças comodas, descansando na verdade divina, do castigo da natureza (Clécio Branco - em aula de Sociologia).

Humanos

Os assassinos das massas indigentes não têm rosto - é um império - a tirania dos fascistas tem rosto - Hitler, Mussolini... - mas o império é difuso, espalha seus tentáculos pelo mundo sem que o rosto assassino apareça. Na pós modernidade do mundo capitalista só se pune crimes pequenos para causar efeito de funcionalidade da ordem. Os assassinos das massas nunca são localizáveis na cena do crime (Clécio Branco - em aula de Sociologia).

Humanos

Se uma criança que "morre de fome é uma criança assassinada", qual é a diferente entre um crime individual e um crime de massa? Quem são os assassinos das massas? É fácil punir um assassino individual. É quase impossível punir um assassino abstrato que vaporiza massas humanas indefesas - ou seja, nações que exploraram colônias e que as neocolonizam como ataque de gafanhotos (Clécio Branco - em aula de Sociologia).

Humanos

Contrariando a tese de Malthus, a agricultura mundial pode alimentar 12 bilhões de pessoas, sendo que somos cerca de 7 bilhões, para onde está indo o excedente? Para o lixo ou servindo de alimentação aos animais - provavelmente. Por isso tenho dito, a fome é uma estratégia política do mundo civilizado - é preciso ter vergonha dessa civilização (Clécio Branco - em aula de Sociologia).

Humanos

Garante Ziegler, "a cada cinco segundos, morre uma criança de menos de dez anos. Em um planeta que, no entanto, transborda de riquezas..." (In Destruição em Massa, p. 21).

Humanos

Não quero ser injusto com os animais domésticos de nossa sociedade - que os humaniza ao ponto de se criar um mercado de beleza para cães e gatos - Mas quero lembrar - ao lado de Jean Ziegler - a morte de dezenas de milhões de pessoas, pela fome e inanição.  Esse paradoxo deve se constituir no maior escândalo no meio de um mundo dito civilizado e prospero em tecnologia (Clécio Branco - aula de Sociologia).

Humano

O ser humano é o animal que fala de sentimentos honestos para atingir fins desonestos - assim, ele é o animal mais perigosos da natureza.

Problemas humanos

O que o cristianismo considera "efeito do pecado", a filosofia considera como condição humana de existir: a castração, a finitude, a solidão e o desamparo são condições de possibilidades.  O homem não tem mais do que esses quatro problemas - não aprendemos a viver com essas condições - daí, nos complicarmos em grandes dificuldades.

O Eu inventa aquilo no que acredita

Acreditar é preciso! Não estamos propensos a acreditar que existam deuses guiando a nossa vida. Mas o fato de estamos lançados na imensidão do universo é que nos impõe a crença em alguma coisa que pode estar lá fora cuidando de nossas vidas. Não há nada de genético nisso, trata-se de uma experiência que nos proporciona um aprendizado ao longo da vida. Nesse caso sim, esse aprendizado pode ser transmitido geneticamente. Nisso não há nada de especial, os hábitos também são transmitidos geneticamente. Nascemos ateus, e cresceríamos ateus se soubéssemos conviver com o desamparo, a solidão e a finitude de nossas vidas. Se a crença num deus fosse proveniente da natureza, os crentes não precisariam de tantos ritos para manter a sombra da ideia da existência de um deus. É preciso muitas rezas e orações, muitas renúncias, cultos de manhã, de tarde e à noite. Idas diárias, semanais e ao longo do ano e da vida, para que a memória da existência de um ser soberano não evapore da consciência. S

Eu - outro II

Não que haja outra forma de se fazer no mundo - além da porta do Eu - a questão é o Eu fixo na identidade global - Eu marido, Eu esposa, Eu heterossexual, Eu isso ou aquilo - ainda resta uma saída do Eu - para o Eu - em possibilidades flexíveis. A outra forma seria a de um Eu em devir-outro, que possa transitar em todas as formas possíveis de ser. Não o indivíduo aprisionado na caixinha de Eu. Os indivíduos da história como disse Nietszche, ao seu modo: "Eu sou todos os nomes da história". O eu inflexível é o da identidade global. Um forma errônea de se fazer sujeito no mundo de possibilidades.  Quando todas as possibilidades se reduzem a uma que, quando não funciona, e não pode funcionar mesmo, pois as vicissitudes da vida impõem certa flexibilidade em reinvenções contínuas, os indivíduos caem na derrota e na tristeza da vida - como se a vida fosse uma única possibilidade.

Eu - outro

Sabendo que o Eu é a tentativa da consciência de firmar o sujeito no universo - sendo que o Eu mesmo não pode ter consciência de sua oscilação em seus estados de ansiedade, angústia e desespero - o indivíduo paga um alto preço para existir calcado em uma ficção .   O Eu, de onde - todo indivíduo - se faz crente, sem poder saber que suas crenças são apenas as ficções de um Outro, que fez crer ser verdadeiro tudo que seu pequenino ego inventa em sua fragilidade temporal, é responsavel por um mundo de simulações onde todas as consciências se acahm subsumidas - a caverna paltônica.

Amor V

A escultura dos amantes abraçados, não se confunde em sua perenidade suspensa, com os amantes vivos que se despedem e se reencontram. Nesses instantes, de passados e futuros que, constantemente dividem o presente – desfazendo por um lado e enxertando por outro, fazem dele uma ideia abstrata de transição. Nesse sentido já se coloca a fragilidade dos eventos – que inclui o amor e o amar – por ser no tempo e não podendo ser de outra forma. A  imagem de Eros – divino e humano, eterno e mortal – se encontra justamente na transição chamada presente, o que marca o sentido do trágico – toda história de amor está fadada à demolição.   Continua...

Amor IV

Devemos à genialidade de Jean-Marie Guyau a forma mais clara como dividiu e elucidou a divisão do tempo. O presente é antes de tudo um momento de ação que “envolve o atual”. A ação não é o tempo, mas o que se dá no tempo – ama-se no tempo quendo o ato de amar está se dando de forma atual. Mas é impossível que o amor se transforme em coisa que se eterniza no instante presente.   Continua...

Amor III

O amor está no tempo, são sensações temporais cuja grandeza do nascer se encontra, em via de regra, sob o peso da demolição do tempo. Assim como as necessidades do organismo – quando experimenta a primeira falta e a primeira satisfação – a alma do amante que sente a falta de amor anseia pela satisfação que vem da espera futura. O presente é um ponto fixo onde o sujeito se encontra esperando a repetição de um evento que já lhe sucedeu marcadamente em sua natureza corporea... Continua...

Amor (Eros) II

Pelo fato de Eros ser - ao mesmo tempo - mortal e imortal, humano e divino - subjaz toda a alegria e toda amargura dos amantes. É inevitável que, uma vez possuídos de amor, os amantes venham a sofrer no futuro a sua dissolução.  São os jogos de forças que se acham onipresentes am toda forma de vida - tudo que existe em forma e ideia tem o seu retorno ao estado primitivo. Nada pode deter a inexorabilidade desse curso que conduz toda história de amor a sua própria dissolulção.

Amor (Eros)

Na mitologia grega, o amor é um Deus, humano-divino, mortal-imortal - ele nasce e renasce nos indivíduos - em sua forma mais primitiva em desejo carnal. Em sua forma mais nobre, em sentimentos que se eternizam - por esse lado, Eros é imortal - é a própria pulsão de vida. Pelo outro, embora seja pelo sexo que procriamos, mas nisso ele tem muito de pulsão de morte. Nesse aspecto Eros é desmesurado, por isso, ele leva as relações em sua trajetória demolidora.

Prisão III

Toda prisão, cujo sistema se completa de peças objetivas e localizaveis no tempo e no espaço, é suceptivel de fuga. Existe uma prisão que vem antes e inclui todas as demais e que num certo sentido, essas, fazem parte do mesmo programa daquilo que vamos chamar de complexo sistema rizomático.

Prisão II

Tudo nos faz crer que não exista nada mais poderoso do que essa simples operação que passa a determinar, inclusive, o funcionamento mais sutil. Sentimentos e emoções são produtos dessa complexa rede conectável em qualquer ponto. Comparando esse sistema a uma sofisticada prisão como a de Alcatrás ou de Sing Sing - é mais simples fugir dessas últimas. Basta conhecer toda cadeia de reação do sistema e se antecipar às medidas que o sistema de segurança vai tomar.

Prisão I

Primeiro vamos definir a espécie de prisão que estamos nos referindo. Me inspiro na realidade onde se implanta uma ideia na cabeça dos indivíduos sem que ele possa ter consciência de que todo o seu modo de pensar e agir seja fruto de tal ideia implantada dentro de seu sistema perceptivo. O cérebro não pode detectar a entrada de uma ideia em seu sistema que passa a funcionar como vírus.

Bem e mal

É difícil pensar no fato de ser impossível ao homem ter conhecimento do bem e do mal, devido ao simples fato de essas noções não serem acessíveis à consciência sem que passem por esferas subjetivas de valores do indivíduo. Logo, conceitos de bem e mal divergem de indivíduo para indivíduo. E não apenas isso, mas os seus correspondentes - Deus e o Diabo (Clécio Branco).

Bem e mal

O indivíduo vai chamar ao que lhe agrada de bom; e de mau ao que lhe causa dor, tristeza ou desconforto. Como cada indivíduo difere em constituição psíquica, também se difere na percepção e distinção do que seja bem e mal. Além disso, esse indivíduo deverá atribuir o que lhe faz bem ao bem supremo de um bondoso Deus. E o que lhe faz mal, ao mal supremo de um ente perverso, o Diabo. Dessa forma, é quase impossível que haja um mal puro ou um bem igualmente puro (Clécio Branco).