Acreditar é preciso! Não estamos propensos a acreditar que existam deuses guiando a nossa vida. Mas o fato de estamos lançados na imensidão do universo é que nos impõe a crença em alguma coisa que pode estar lá fora cuidando de nossas vidas. Não há nada de genético nisso, trata-se de uma experiência que nos proporciona um aprendizado ao longo da vida. Nesse caso sim, esse aprendizado pode ser transmitido geneticamente. Nisso não há nada de especial, os hábitos também são transmitidos geneticamente. Nascemos ateus, e cresceríamos ateus se soubéssemos conviver com o desamparo, a solidão e a finitude de nossas vidas. Se a crença num deus fosse proveniente da natureza, os crentes não precisariam de tantos ritos para manter a sombra da ideia da existência de um deus. É preciso muitas rezas e orações, muitas renúncias, cultos de manhã, de tarde e à noite. Idas diárias, semanais e ao longo do ano e da vida, para que a memória da existência de um ser soberano não evapore da consciência. S