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Mostrando postagens de junho, 2021

Inverno

 Dias cinzas, quase escuros, nuvens pinceladas de gris, quase negras nuvens... As narrativas sombrias de hoje revolveram meu corpo, minhas vísceras se contorceram... os olhares de hoje, as visões que se tem do hoje... Palavras carregadas do peso da existência, do Real que foi e se eternizou na memória do corpo... na pele, nos ossos sob a carne... corpos expostos, desnudos em parte... Dias frios de ventos gelados, uma brisa respinga no asfalto como lágrimas da alma cansada, da vida, da tragédia dos dias infindos... das noites de perigos... Palavras frias, almas frias, sofridas e cansadas do ontem que nunca se esquece.... do ontem que não terminou. Longas noites frias, minutos eternos de insones horas, sem sonhos... Tempos sombrios que se arrastam ... corpos arrastados mar adentro de frias águas, profundas águas frias de escuras ondas... imensidão indefinida, sem margens, sem bordas... Inverno sem estação, fora de data, sem calendário... tempos sombrios, mórbidos corpos, andrajos, farrap

Vida invisível

  Onde está a vida? Não é dos seres vivos, dos organismos que estamos falando, mas também deles. Ela está por toda parte, nos dois sentidos: há a vida, quase indecifrável, e pouco pensada - talvez pelos filósofos, de forma profunda - pelos cientistas menos, já que eles dependem de um objeto verificável para suas pesquisas. E existe esta, a vida dos organismos, mergulhada no oceano de sua fonte geradora - A VIDA. Existe antes a VIDA, à-subjetiva, uma singularidade, vida pura, sem sujeito nem objeto, como fora dito por Gilles Deleuze em, "Imanência: uma vida...".  Um testamento filosófico , a epigrafe de uma vida, escreveu antes de nos ter deixado. As reticências não significa falta de palavras, mas a singularidade da pura imanência de "uma vida", assim mesmo indefinida, "sem sujeito, sem objeto".  Ou seja: essa vida na qual todas as formas de viventes se encontram subsumidas, é a "pura vida". Nela entramos, "sorrindo e chorando" e dela s