Inverno
Dias cinzas, quase escuros, nuvens pinceladas de gris, quase negras nuvens... As narrativas sombrias de hoje revolveram meu corpo, minhas vísceras se contorceram... os olhares de hoje, as visões que se tem do hoje... Palavras carregadas do peso da existência, do Real que foi e se eternizou na memória do corpo... na pele, nos ossos sob a carne... corpos expostos, desnudos em parte... Dias frios de ventos gelados, uma brisa respinga no asfalto como lágrimas da alma cansada, da vida, da tragédia dos dias infindos... das noites de perigos... Palavras frias, almas frias, sofridas e cansadas do ontem que nunca se esquece.... do ontem que não terminou. Longas noites frias, minutos eternos de insones horas, sem sonhos... Tempos sombrios que se arrastam ... corpos arrastados mar adentro de frias águas, profundas águas frias de escuras ondas... imensidão indefinida, sem margens, sem bordas... Inverno sem estação, fora de data, sem calendário... tempos sombrios, mórbidos corpos, andrajos, farrap