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Mostrando postagens de julho, 2014

Parafilias

São dois textos, duas leituras pelo menos, de um livro qualquer - Thomas Mann ou Nietzsche - e o texto das sensações no corpo de uma mão que escorrega por baixo da blusa. São poucas sensações que se assemelham à de uma mão que toca um par de seios nus, lisos e quentes por baixo de uma blusa que os aquece (Clécio Branco - lendo PARAFILIAS de Alexandre M. Rodrigues).

Parafilias

Lendo PARAFILIAS de Alexandre Marques Rodrigues, são contos sobre os amores além da norma. A afinidade do sentido já está no título - de uma genealogia grega -. Bastante rico para se definir como se fosse dicionário. As palavras que o autor usa para descrever as sensações, os afetos, as emoções, desejos e paixões vão além, vão para fora - único modo de se dizer coisas capazes de produzir estranheza (Clécio Branco - o livro é publicado pela Record).

Educação

Diário de classe: educar em rede significa acompanhar os fluxos, ligar um fluxo à outro fluxo. Deixar os blocos de codificação dos conceitos - desde sempre engessados em disciplinas estanques - e abrir tudo numa pragmática pedagógica que considere a vida como fim de toda reflexão (Clécio Branco - furioso com a educação atual).

Educação

Diário de classe: o capitalismo não tem nenhum receio dos fluxos descodificados. O que resta nessa sociedade que ainda luta contra os fluxos do desejo? São resquícios da sociedade disciplinar. Por isso, defendo que a educação ainda é da sociedade disciplinar dentro da sociedade de controle. Um serviço inútil que nada produz além da morte dos ideias dos educadores - e a morte deles também (Clécio Branco - pensando a educação)

Educação

Diário de classe: A educação entre quatro paredes, de uma sociedade que faz tudo em rede, nos leva de volta à antiga sociedade disciplinar dentro da pedagogia e da didática da atual sociedade de controle. O que se espera, controlar fluxos loucos? Nunca foi tão inútil explicar a falência da educação (Clécio Branco - pensando a educação).

Educação

Diário de classe: A educação entre quatro paredes, de uma sociedade que faz tudo em rede, nos leva de volta à antiga sociedade disciplinar dentro da pedagogia e da didática da atual sociedade de controle. O que se espera, controlar fluxos loucos? Nunca foi tão inútil explicar a falência da educação (Clécio Branco - pensando a educação).

Educação

Diário de classe: educar uma sociedade em rede, com os velhos métodos entre quatro paredes, é a mesma coisa fazer de um gato um cachorro doméstico com lacinhos na cabeça (Clécio Branco - pensando a educação

Só...

Ser só não é tão simples como parece - estar só sem um outro - pensamos em "ser só" nessas circunstâncias básicas. Mas ser só vai além desse fato corriqueiro.  É não se subsumir numa mescla de adaptação que homogeniza e pulveriza o indivíduo.  Ser só então seria permanecer na linha tênue entre a massa e os espaços lisos desterritorializados - o outsider é só (Clécio Branco - de volta às aulas de filosofia).

Ovelhas

La Boétie em seu "Discurso pela servidão voluntária" e Espinosa em sua questão fundamental - "Por que os homens lutam desesperadamente pela servidão como se fossem pela liberdade?" - indagam a mesma razão, de milhares se submetem a um, escravizando-se, diminuindo-se sob o temor da punição e do castigo do além. Desejam a submissão pensando na recompensa no além, mas pensam nisso como o maior altruísmo (Clécio Branco - de volta às aulas de filosofia).

Ovelhas

A máquina de arrebanhar é paranoica. Uma máquina de codificação de fluxos de desejo - codifica-se todo o fluxo numa ideia pivô de submissão - é preciso fazer um trabalho psicológico diário - pela manhã, pela tarde e atravessar a noite - mil repetições diárias para que a mente se habitue a pensar que é natural. Até que o material se torne inconsciente-consciente. O indivíduo tem que se sentir culpado e devedor eterno. Até ao nível da paranoia. Então o rebanho estará pronto para o sacrifício (Clécio Branco - café da manhã).

Ovelhas

Como esses rebanhos crescem? É preciso criar mitos, mitos "sagrados" da "falta" e da "carência". Tem o mesmo sentido da música sertaneja - a falta de uma amor, a perda de um amor, a carência de um amor - quando se faz do homem esse objeto plástico, chorão, em busca de um objeto que lhe falta - então, cria-se a fraqueza, a doença e o bálsamo - e está feito o rebanho (Clécio Branco - no café).

Ovelhas

Trata-se do paradigma da igreja cristã, que tem como painel de entrada uma vasta campina, povoada de ovelhas sob o olhar atento do pastor milionário com chapéu de boiadeiro. Os filiados são tão ovelhas que não podem perceber a alusão irônica ao fazendeiro capitalista com seu capital financeiro (Clécio Branco - café da manhã).

Ovelhas

Como esses rebanhos crescem? É preciso criar mitos, mitos "sagrados" da "falta" e da "carência". Tem o mesmo sentido da música sertaneja - a falta de uma amor, a perda de um amor, a carência de um amor - quando se faz do homem esse objeto plástico, chorão, em busca de um objeto que lhe falta - então, cria-se a fraqueza, a doença e o bálsamo - e está feito o rebanho (Clécio Branco - no café).

Ovelha

Não importa de qual rebanho você seja ovelha - ainda assim - é uma ovelha, que só faz bééééé, dá lã, oferece a carne macia é obedece cegamente (Clécio Branco - café da manhã)

Paranoia

As guerras são ações paranoicas de grupos paranoicos correspondidas por outros tantos governos paranoicos. O lamentável é que eles mesmos não entram em confronto uns com os outros (Clécio Branco - de volta às aulas de sociologia).

Contradição

A natureza impiedosa da máquina axiomática capitalista faz da fome uma moeda estranha. O mundo loteado com uma face abastecida de riqueza e a outra afundada na miséria faz parte da contradição capitalista. Não é natural, o fato do mundo estar assim distribuido, é cultural. É só existe uma cultura, a cultura capitalista (Clécio Branco - em aula de sociologia).

Contradição

Descartamos o mito da fome relacionado ao aumento da população no mundo. A fome é o efeito da contradição capitalista. Dirão que é por conta do egoísmo homano que há fome no mundo, mas o capitalismo que é o retrato desse homem imoral e religioso por excelência (Clécio Branco - em aula de sociologia).

Contradição

A Índia comporta o maior contingente de pessoas subnutridas do planeta, mas exporta milhões de toneladas de trigo por ano. Trata-de de uma boa demonstração da força capitalista, que é maior do que todas as religiões juntas daquele país (Clécio Branco - lições de sociologia).

Identidade

A repressão dos instintos vitais tem como resultado necessário, uma vida feita de mentiras travestidas de plumas. Mentiras elegantes parafraseadas numa suposta "vontade de Deus". Temos assim, uma sociedade que enoja até ao crente. Um capitalismo mais baixo do que a venda do prazer da antiga prostituição dos corpos - essa tem tudo de honesta - mas hoje, a venta do produto mais vil, a ideia de perdão e o da salvação cristã (Clécio Branco - volta às aulas de filosofia).

Identidade

A negação dos instintos, quando eles continuam agindo na psiquê e nos atos, é a hipocrisia universal que toma o lugar do homem dos instintos. É preciso reinventar uma graça que permita, perdoando infinitamente os crimes, para que esse homem hipocrita não se perca na loucura mais abissal de sua existência mentirosa (Clécio Branco - de volta às aulas).

Identidade

A crise de identidade no mundo ocidental começa com a ideia cristã da "negação de si mesmo" em favor de viver a vida e a alma do Cristo. Como nem uma coisa nem outra é possível ao homem do desejo, resta a todos o fingimento e a hipocrisia - crise de identidade (Clécio Branco - de volta às aulas).

Alemanha X Brasil

A diferença é esta, a Alemanha investe em Educação e pode brincar de futebol. O Brasil investe em futebol e brinca com a educação.

Política

A vida política deveria ser justo assim, como no jogo de hoje. Caberia aos que governam serem os melhores em eficiência em tudo. Talvez a comparação com o que se disse em relação à vida como um jogo de forças (Nietzsche) seja, de forma alusiva, vista num jogo como esse. O que é o mais forte,  o que vence dentro dos limites da força (Ética). Nesse sentido, os que governam deveriam ser os mais fortes (Clécio Branco - pensando a aula de sociologia).

Real

Que se crie outra ilusão para que as massas não sufoquem no abismo do Real. O Real é insuportável (Clécio Branco - ressaca do massacre alemão).

Duração VI

O tempo que uma pessoa passa esperando para tomar decisões - tempo demasiadamente desnecessário, algumas vezes - é o tempo em que a pessoa deixa de somar experiências à sua duração. Muitas das vezes, nem mesmo toma-se decisão alguma, são as coisas mesmas que se desfazem no tempo, mas tudo acontece como aconteceria, caso os indivíduos decidissem. Sãos pessoas que ao final de suas vidas merecerão o epitáfio: "eu devia ter..." (Clécio Branco - no café).

Duração V

Podemos tomar como exemplo a vida de um pensador como Kant. Não são as suas oito décadas vividas que contam como vida individual. Mas a criação do o autor, sua vasta obra de filosofia, difícil de ser alcançada nos oitenta anos de um outro indivíduo dado à preguiça intelectual. Nesse sentido é que, pondo lado à lado os dois indivíduos, a duração de cada um se perceberá pela obra de sua vida (Clécio Branco - no café).

Duração IV

A duração total da vida dos indivíduos é proporcional à extensão da soma de sua criação em sua própria vida. Olhando retrospectivamente, um indivíduo perceberá concretamente,uma longa duração como se percebe nos tapetes longos e coloridos de "Semana Santa". É nesse sentido que o homem é o estéta de sua própria vida (Clécio Branco - no café).

Duração III

As experiências vividas serão fragmentos dispostos lado à lado na mesma extensão de tempo dos outros indivíduos, mas "ao longo do tempo", como uma obra de patch work, a vida de cada um ganha a elasticidade de sua criação dentro do espaço-tempo. Não é o tempo que aumentou extensamente, mas a duração que se dilatou intensivamente (Clécio Branco - aula de filosofia).

Duração II

A quantidade de experiências vividas, somadas pelas pontas, dá a intensidade de acordo com o vivido - uns para mais e outros para menos - desse modo, a extensão do tempo é aumentada pela intensidade das experiências e menos pela extensão de anos vividos (Clécio Branco - aula de filosofia).

Duração

Deduzimos que a duração do tempo seja única e a extensão do tempo dos indivíduos também o seja, mas há um modo de aumentar o tempo individual - fazendo tudo o que se pode fazer em vida, experimentando tudo o se pode (Clécio Branco - aula de filosofia).

Sobre a namorada do Pequeno Principe II

 As primeiras se identificam com a rosa do Pequeno Principe, são tanto homens quanto mulheres. Presisam desesperadamente se sentirem amados e/ou amadas. Vivem a forma mais desesperadora de amor. Não conseguem descansar no amor, dependem o tempo todo de afirmar-se no outro.  São manipuladores, sofrem como se fossem uma metade cuja completude está em outro (Clécio Branco).

Sobre a namorada do Pequeno Príncipe

 Tudo que ele sabia sobre sensualidade ainda se encontrava no nivel da rosa e da raposa. Era ainda muito distante da sensualidade selvagem de Helena. Há no mundo, pelo menos em resumo, dois tipos de amantes, as que amam e as que precisam ser amadas - Helena era a do primeiro tipo - (Clécio Branco - criando a namorada do Pequeno Príncipe).

Razão

A razão é o triunfo daquilo que chamamos de consciência sobre a alma humana. Ou de algo suspenso sobre a sensibilidade humana. Sob o império da razão não importa mais no que se acredita, basta que duas coisas ou mais se conjuguem, e que um determinado número de pessoas esteja de acordo - isso é o que chamam de racional (Clécio Branco - aula de filosofia).

Sobre O Pequeno Príncipe

 Uma qualidade, a de despertar sensações. Mas essas sensações levam o Pequeno Princípe de volta às estrelas. Perde-se a riqueza das sensações não humanas da natureza quando se eleva a humanidade ao céu estrelado. É na Terra que essas sensações se dão - falta-nos paixão pela Terra (Clécio Branco - aula de filosofia).

Eros

Por um lado Eros é construção - trata-se do lado amoroso, do sexo gostoso, da procriação, dos projetos e dos sonhos com o futuro - por outro lado, Eros é destrutivo - quando deliberadamente faz o outro arder em ciúmes e insegurança. É a traição, o desprezo, as ofensas desnecessárias. Eros é assim,construção e demolição (CLécio Branco - aula de filosofia).

Amantes

Me perguntam o por quê das pessoas que dizem se amar - e parece que se amam mesmo - se machucarem tanto e de forma tão cruel. Digo que a formula grega do amor contida em Eros, carrega a dupla face que Freud define como pulsão de vida e pulsão de morte. Os amantes quando se "amam", e quando se "maltratam", parecendo que se odeiam, estão vivendo o jogo do deus brincalhão filho da humana Pênia com o deus Póros - eles conceberam Eros (Clécio Branco - aula de filosofia).