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Mostrando postagens de junho, 2011

Realidade

A trilogia Matrix mostra a realidade de Matrix e o deserto do Real. É   uma ficção que toma como pano de fundo o belo texto Simulacro e simulação de Jean Baudrillard . O filme coloca em questão a realidade e a ilusão. Depois de assistirmos ao filme, saímos pensando que a vida humana pode ser uma ilusão e que haveria alguém manipulando dados. Inspirado em Lacan, Zizek fala de três realidades ou de três níveis do Real. Para ele, existe o Real imaginário que marca a nossa entrada no mundo e que permanece de alguma forma por toda a nossa vida.   Entramos no mundo sofrendo e sorrindo, imaginando o “eu te amo” da mamãe, quando ainda não dispomos dos significados do amor e temos de responder com imaginações. O que ela quer dizer com o “eu te amo?”. Não que o imaginário seja algo único da infância, os adultos também imaginam. A fantasia é pura imaginação. O imaginário é uma realidade imaginária. O segundo Real já faz parte do simbólico. O que é o simbólico? É quase tudo que construímos e que

“Se Deus não existe...”

...Nada é permitido?   Trata-se da fórmula   dos “ Irmãos Karamazov", de Dostoiévski, que reza “se deus não existe e a alma é imortal, nada é pemitido”. A razão pura pratica não leva em conta o que prevalece no sujeito, o desejo de atingir o pleno gozo, mesmo sendo esse gozo impossível. A história mostra exatamente o reverso da máxima. Se Deus existe tudo é possível em nome dEle. Basta olhar a Idade Média, as cruzadas, as fogueiras, os enforcamentos, a caça às bruxas. Que tal ler de novo o Maleus (Martelo)? Outra sugestão, ler Vigiar e punir de Foucault, o suplício de Demien. Rever o passado do Antigo Testamento, todos os assassinatos de Moisés, verdadeiro etnocídio. Ninguém podia sobreviver, nem os primogênitos. Muito sangue! Um Deus ciumento que exigia limpeza étnica. A Bíblia está cheia de relatos de estupros, genocídios, homicidios, assassinatos bárbaros, crueldade, machismo, homofobia, e sanguinolência dos homens religiosos em número aproximado de 2.270.375 mortes (Wikipéd

Micropolitica

Talvez o maior personagem do épico ‘Senhor do anéis’ seja o esquisito Smigol.   A estranheza de Smigol sintetiza toda a narrativa do filme. O que se passa em nível macro nas lutas cósmicas entre forças das trevas e forças do bem, se passa ao mesmo tempo no micro território subjetivo da cabeça do solitário e desprezado Smigol. Não tem como escapar, antes de haver lutas de classes, existe dentro de nós um confronto de forças que nos obrigam a criar e agir no mundo. A maneira como resolvemos esse conflito determina a eticidade de nossas vidas. Smigol se esconde de seu passado esgueirando-se por entre as fendas das rochas, mora no submundo, em cavernas úmidas e sombrias. Em seu desamparo e ódio que atrai sobre si, ele tem de ser forte. É um anômalo que carrega dentro de sua cabeça um duplo enigmático. Dois indivíduos lutam dentro da criatura, um homem perigoso e um animal: o animal é exterior, o homem que ele foi está evanescente em seu interior. É a subversão do homem que tem dentro de s