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Mostrando postagens de agosto, 2014

Neurose

A micropolítica trata de criar saídas para o desejo. O desejo é processo estético, ético e político. Não há criação sem os agenciamentos do desejo. Nesse caso, a maior e a mais vital obra de criação são os modos de vida que o sujeito cria. Ninguém cria para o outro. Os pais, como entrada no mundo, não pode criar as saídas para o mundo. O que há de ético? Trata-se da responsabilidade do cuidado de si. O que há de estético? Somos necessariamente obra de arte de nós mesmos. E o que há de politico? Trata-se de um afrontamento de forças opressoras sobre um oprimido que consentiu em ser oprimido (Clécio Branco - no café).

Neurose

A culpabilidade vem de uma lei desconhecida. "Não matarás" não gera culpabilidade, a não para o assassino que recebe a sentença judicial. Mas o crente é culpado a priori. Antes de ser culpado por algum suposto pecado - inventado - ele já é culpado por ter nascido sob o desejo. Não há saída. A barganha nasce da culpa infinita que, em troca, pede sujeição infinita (Clécio Branco - no café).

Neurose

A neurose é a marca do capitalismo atual. Ela funciona como moeda mercantil sem que possa ser identificada. Cria-se a neurose para depois, se vender o balsamo. A submissão do desejo recebe em troca, na religião, as promessas num futuro inatingível - e na família o afeto mentiroso. O capitalismo inventa o fetiche da mercadoria como realização do desejo, mas é cínico porque não existe mercadoria que satisfaça o desejo (Clécio Branco - no café).

Neurose

A repressão ao desejo é desmesuradamente exagerada em nossa sociedade. Vai da família à igreja, da igreja à escola, da escola à fábrica, da fábrica ao quartel. E daí, ao tribunal e chega às ruas (Clécio Branco - no café).

Neurose

É preciso entrar em linhas de fuga, criar linhas para escapar da repressão dos pais, do pastor, do padre, da policia, do professor. Entrar em multiplicidades de linhas para escapar da tirania que te proíbe de experimentar livremente em seu cantinho. Não envelheça sem ser minimamente um experimentador - o que será uma tragédia! (Clécio Branco - no café).

Neurose

A primeira política de uma vida é uma micropolítica. Trata-se da política do desejo. Criar linhas de fuga, antes da neurose ou mesmo quando ela já se instalou. Fugir da autoridade do pai/mãe - mesmo depois que eles tenham partido. É a ideia incrustada na consciência que se presentifica em forma de neurose. A vergonha e o medo de viver é a forma da repressão se estender vida a dentro (Clécio Branco - no café)

Neurose

Uma linha de fuga deve se ligar ao fora da consciência. Ser afetada pelo fora do mundo que se interiorizou. A interiorização é o "não pode" que opera um sistema de juízo que culpabiliza e subestima as capacidades dos indivíduos. Ir ao fora mais distante ou das proximidades, possibilita a descoberta do que se pode (Clécio Branco - falando francamente)

Heresias de domingo

O devir da história mostra um animal que evolui em dois sentidos que se opõem. Não é só a contradição do capitalismo que se inclui nesses sentidos opostos. Me parece que o capitalismo seja uma das faces.   O animal humano evolui em tudo que se apropria - materialmente, tecnológicamente, intelectualmente e espiritualmente.   Não devemos concluir o "espiritualmente" como se faz na fé e nas igrejas. O Homem adquire espírito que maquina espiritualmente antes concretizar suas ações.   Nesse sentido, o devir da história aponta para uma evolução que assusta. Na altura do estágio evolutivo que nos encontramos, o homem se identifica com o carater do personagem da ficção Senhor dos Aneis - Smigol - não existe uma evolução ascendente em todos os níveis. O homem é homem por dentro e bicho por fora. Sendo que o bicho ficou perverso sob a influência da humanidade interiorizada.   O animal que evolui se torna capaz de criar o mal radical - aumenta a miséria humana no planet

Minhas heresias

Vírus está em toda parte, são onipresentes, são anfíbios, são mutáveis, adaptáveis facilmente. Eles não têm preconceitos - não são apenas bissexuais, são sexuais. Se reproduzem e se modificam de acordo com a emergência da vida. São essencialmente pragmáticos - viver é seu objetivo, expandir-se e se aperfeiçoar - eles não são racistas imbecis como o homem - convivem bem com qualquer cultura ou credo religioso. Se houver reunião de grupos, melhor para eles se expandirem. Esses bichinhos são fantásticos, mas aprendemos mal sobre eles, por isso não os entendemos (Clécio Branco - aula de filosofia da natureza).

Minhas heresias

 A crença infantil na superioridade do homem, que inclui a outra, que faz o homem pensar ser o centro do universo, faz dele um prisioneiro em espaço bem menor do que a caverna platônica. Estamos presos numa caixinha, bem menor do a que se guarda fósforos. Não vemos o mundo e dele nos perdemos sem compreendermos o todo e o resto de vida que há no mundo (Clécio Branco - aula de filosofia da natureza).

Heresias

Nós, as "criaturas segundo a imagem do criador", morremos de vírus e de bactérias. Mesmo com toda a nossa crença na proteção divina, morremos de vírus de gripe ou de uma picadinha de mosquito. Esses pequenos animais são ateus e órfãos - sem ter ninguém para cuidar deles - desenvolvem habilidades de sobrevivência que mostram o fato da sobrevivência do mais apto ser uma realidade incontestável (Clécio Branco - aula de filosofia da natureza).

Heresia (?)

Vamos refletir sobre uma grande heresia. Pensando em "proteção divina" - se proteção é estar vivo no mundo, subsistir vivendo e expandindo a sua potência de vida, os indivíduos mais protegidos pelos deuses não seriam os homens, mas os vírus e as bactérias. Eles sim, sem ter ninguém em seu favor - muito pelo contrário - parece haver um ódio global aos vírus e às bactérias, toda tecnologia os perseguem tentando eliminá-los da existência. Entretanto, aí estão eles, cada vez mais fortes e em multiplicidade - os céus protegem esses micro seres (Clécio Branco - pensando heresia).