Eu sei o que você está sentindo...
Dizemos isso procurando ser (sim)páticos em relação ao outro, mas na verdade, nunca saberemos o que o outro está sentindo, somos limitados por nossa condição reduzida a nós mesmos. A idéia da empatia só pode ser afirmada plenamente nos termos de uma ficção, como a que aparece nos dois filmes: "Energia Pura" e "A espera de um milagre". Nesses casos, os personagens seguram firmemente o outro para que sinta e veja tudo o que se passa na vida do outro, tudo que experimenta em uma dada situação: um animal que está sendo abatido covardemente e a verdadeira história de um crime violento não resolvido. Nos dois casos, ao entrar em contato com a agonia do outro, os indivíduos percebem a impossibilidade de sentir o sentimento do outro, impossíbilidade de não poder se deslocar de si mesmo e a impossibilidade do desejo de entrar na situação alheia e dolorosa. São situações da experiência limite de morrer. O afeto de morte é insuportável no corpo de quem não está morrendo. Mor