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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Ansiedade

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O tempo mudou em relação aos corpos? Não há menos tempo do que antes, nem um tempo mais rápido do que o de outrora. São os corpos que se movimentam mais rapidamente no mesmo tempo.Um corpo de hoje tem muito mais tarefa do que o corpo do começo do século XX - daí a ilusão de que a causa da velocidade seja o tempo. A mobilidade urbana aumenta a velocidade dos corpos dentro do espaço, mas na mesma quantidade de tempo. Multiplicamos nossas tarefas dentro do mesmo tempo (Clécio Branco - aula de filosofia).

Ansiedade

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Nessa nova realidade - pós-moderna - de relação espaço-tempo, tudo que se relaciona ao corpo é contingente. O corpo, os sentimentos, o amor, o trabalho, as relações, tudo entrou em estado de contingencia. Ou seja. não há mais longo prazo para nada. Dessa condição, nasceu um mal estar que a medicina acha ser necessário ser medicada. Não se trata de uma doença, mas de um efeito das relações dos corpos com a velocidade que se impôs. A ansiedade desse "tempo" se nutre da incapacidade de esticar o tempo em relação ao aumento de atividades que inventamos - sobre o mesmo corpo e no mesmo tempo (Clécio Branco - aula de filosofia).

Ansiedade

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Existe uma razão inconsciente para que a ansiedade continue existindo em nós - mesmo tendo sido criado sistemas filosóficos e/ou religiosos que prometem amparo e amor aos indivíduos. A razão é simples, as faculdades da mente não acreditam nos sistemas e nas promessas - apenas o Eu individual acredita, assim como acredita que, ele seja o ser mais lindo do universo. Nesse caso, surge outra forma de ansiedade, a de que essa crença venha ser contestada por outro narcisista (Clécio Branco - na clínica).

Amor

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Pensem no amor possessivo - se isso é amor - o amado quer ter, a todo custo o seu objeto de amor. Quanto desespero na mente de quem insiste em ter o que nunca pode ter. Se não temos o controle de nós mesmos, como pretender ter o domínio do sentimento do outro? Vivemos num mar de dores quando - em nossa ilusão infantil - acreditamos ter o amor do outro indefinidamente. Ou, pior ainda, quando se acredita ter o outro com seus pensamento que flutuam livremente ao sabor do desejo (Clécio Branco - na clínica).

Amor

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Ame hoje sem prometer nada a ninguém. Não faça do amor as correntes que oprimem e humilham duas pessoas. Não devemos esquecer que pessoas nunca poderão ser propriedade de outro. Não se emite escritura de posse de uma pessoa para outra. As histórias de amor terminam em tragédia porque nos iludimos com a fascinação de sermos donos do outro. O amor que nos cega, ao ponto de pensarmos ser propriedade um do outro, é a mesma coisa que nos oprime e nos humilha nas substâncias de uma droga alucinógena. Amemos livremente (Clécio Branco - no café).

Livraria

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Livrarias têm espírito, milhares deles. São miríades. Pensem nos autores e suas obras, não esqueçam dos co-autores, dos livros pesquisados, dos personagens literários, dos afetos de milhões que inspiraram. E ainda, não esquecer da formação de cada autor, dos professores que o formam, dos lugares, das viagens, das paisagens e dos leitores - milhões de milhões (Clécio Branco - no café da Livraria da Travessa).

Deus do possível...

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O Deus das coisas possíveis: um vento de foça considerável derruba e varre uma comunidade de baixa renda - casas em sua maioria sem fundação ou sustentação alguma - No meio da favela, uma igreja de fundação de concreto e ferro permanece firme em sua estrutura, assinada por engenheiros e arquitetos. Os membros daquela igreja, em euforia, dizem ter sido o amor de Deus por sua igreja que protegeu a mesma de cair. O que esse Deus tem contra os pobres? Ele deveria ser o Deus do impossível, não é verdade? Ou seja, o edifício foi feito para suportar os ventos da região. Mas os pobres, que não podem construir uma casa sob a supervisão de engenheiros, esses sim, dependem da proteção divina que não houve (Clécio Branco - breve reflexão sobre crenças).

Desejo

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Quer saber o que causa sofrimento no animal humano? O que leva um homem a traficar drogas sabendo que pode ser punido com a morte? O que leva uma mulher ou homem a inserir no corpo substancias que levam à morte, mas pensando que os tornarão mais belos e desejados? O que leva tantos a se deformarem em nome da beleza? O que faz com que tantos engordem até a morte só por ceder ao desejo de mais comida? O que leva os drogaditos à overdose? Os crentes ao fanatismo? Os fundamentalistas ao shopping para se explodirem levando outros ao fim? (...?). Quer saber? Não é o demônio? Nem Deus ou o governo. É simplesmente o desejo. Essa coisa que, muitas vezes, nos humilha, nos oprime e nos mata. Somos nós mesmo os responsáveis por nossas tragédias (Clécio Branco - aula de filosofia). Gosto  ·   ·  Partilhar

Soberania

Diário de classe: tento transmitir aos alunos - em Sociologia - o sentido da soberania dos Estados. Max Weber disse que o Estado tem o "monopólio da violência". Prender, julgar, condenar - naqueles que têm a pena de morte - à morte, etc., são atos de Estados soberanos. O Estado atingido - como é o caso do Brasil, na condenação de ontem - pode formalizar um pedido de perdão para o réu, mas tem que acatar a decisão daquele país. Os seguidores da Bíblia protestaram com certa ing enuidade, ao dizerem que naquele país não tem Deus. Um religiocentrismo cego, pois na Bíblia existe a pena de morte instituída por Moisés - segundo ele por ordem de Deus - Além do mais, o Dilúvio - se existiu do jeito que o Gênesis descreve - foi uma condenação de morte à humanidade. Nesse caso, e em outros, a questão da soberania teria fundamentação bíblica (Clécio Branco - aula de Sociologia).

Mal

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Alguém próximo do rapaz condenado ontem nas Filipinas, teria dito que "ele nunca fez mal a ninguém, só a ele mesmo". Respeitando a dor de todos envolvidos, digo que essa é a forma de ver um lado pequeno da questão. Uma pessoa que trafica, também financia armas ao crime, contribui com a violência, causa mortes, doença e miséria na sociedade. Quem trata a dependência química sabe disso. Então, o rapaz que foi condenado, não quis pensar que fazia mal ao mundo. E, a ele, o mal só apareceu porque foi pego. Muitos são condenados diariamente no mundo das drogas, os que vendem, os que atravessam, os que vigiam, os que produzem, a polícia que combate e a polícia que se envolve com o tráfico. E, é claro, os que usam e afundam junto a família (Clécio Branco - aula de sociologia).

História

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Quando olhamos perto de mais, restrito de mais, pequeno ao extremo, corremos o sério risco de nada ver. As três etapas da colonização do Norte rico sobre o Sul, com suas metodologias, que vai do missionarismo aos médicos sem fronteiras, é como diz Baudrillard, a miséria dos outros é nosso campo de aventura. É preciso tomar distância, olhar de longe, do alto de uma colina se possível (Clécio Branco - aula de Sociologia).

História

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Insisto em dizer - embora possa parecer uma voz solitária no imenso deserto - que, nesse momento da história, as coisas não parecem ser reais. São as pessoas que abandonaram a vida Real - talvez por ser real mesmo - os cristão continuam dizendo "amém" sem enxergar que o, "assim seja," é sobre os extermínios em massa, a precarização em massa, a miséria global em baixo de um aumento contínuo das desigualdades globais. Os políticos em passeata na Europa protestam a morte de uma dezena - de qualquer modo lamentável - mas a política dos políticos massacram milhares no mundo. Digo que a verdade está perdida e que, a história que vivemos, é uma simulação (Clécio Branco - aula de Sociologia).

Mercadoria

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Quando Marx/Engels cunharam a frase, "tudo que é sólido se desmancha no ar", incluíram o TUDO mesmo estando, os dois, tão distantes do que testemunhamos hoje. Não se trataria apenas da solidez dos objetos e das coisas concretas, mas de TUDO que tem significado para troca econômica no mercado capitalista. Do corpo enxertado de próteses ao Deus outrora divino que se pulverizam em metamorfoses - tudo sem exceção vira mercadorias - Existe o mercado de religiões que se utilizou da lógica da auto-ajuda visando o lucro financeiro e existe o mercado do fetiche do corpo - ilusão da beleza fácil por encaixes de peças (Clécio Branco - aula de Sociologia).

Crenças

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Quando somos crianças, dependentes dos adultos, aprendemos com eles a repudiar e a temer o lado castrador e ameaçador (dos pais). Por outro lado, aprendemos a admirar e a desejar o lado bom que nos faz ver a mãe boa e o pai bom. Depois que ficamos adultos, essas categorias são transportadas para elementos culturais. O lado bom atribuímos ao Deus bom e os lado mal, atribuímos ao seu oposto - o Diabo. Duas coisas estão implícitas aqui: a primeira nos diz que não ficamos adultos totalmente. E a segunda, se encontra no fato de maquiarmos nosso pensamento de criança inventando roupagens de adulto (Clécio Branco - no café).

Dito

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Ouvi com certa antipatia, muitos ingênuos pregadores, vociferarem contra a pós-modernidade, como se esse tempo fosse a "besta que surgiu do mar". Inocentes vozes do deserto da ignorância. Seus discursos sem consciência e consistência alguma, nunca condenou o tempo em que eles mesmos se acham submetidos. É que se costuma condenar o novo, mesmo que ele seja "boas novas", e, por outro lado, se vangloria do velho, mesmo sendo ele um resquício disfuncional que, outros da mesma forma, um dia condenou quando se deu a sua chegada (Clécio Branco - aula de filosofia).

Sofrer

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Existe uma quantidade de sofrimento em nossas vidas que é cavado, buscado, desejado pelos sofredores. Isso é difícil de ser aceito porque nossa mentalidade lógica não aceita nada que não seja igualmente lógico. E existem sofrimentos inevitáveis, mas esses se prolongam demasiadamente em função da razão anterior (Clécio Branco - na clínica).

Sofrer

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Pode soar estranho quando um indivíduo se agarra ao sofrimento como se esse fosse a alternativa de sua vida. Mas levando em consideração que somos seres de dupla funcionalidade - uma consciente e outra inconsciente - teríamos que buscar entender as razões inconscientes que levam indivíduos a permanecerem gozando na repetição da dor (Clécio Branco - relendo Freud na clínica).

Sofrer

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Não é o caso de que, alguém de sã consciência queira sofrer, mas pelo fato de haver no sofrimento uma descarga de energia que faz compensar economicamente - uma troca que recompensa, uma negação de um acontecimento doloroso por uma dor de menor valor psíquico (Clécio Branco - relendo Freud na clínica).

Ordem

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Essa forma espacial de segmentaridade é mais visível do que as consequências que ficam na alma. É o que faz pensar que as coisas pareçam normais e não podem ser de outra maneira: “você é isso e não pode ser outra coisa”, uma palavra de ordem que põe os indivíduos no devido lugar (Clécio Branco - no café).

Ordem

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- “Mas por que não?”. Perguntam as crianças na escola. A escola decreta a morte dos enunciados das crianças. A curiosidade das crianças termina na escola quando é nela que a intuição curiosa deveria expandir. Mas é na escola que os impulsos vitais das crianças são rebatidos em nome de uma avaliação cidadã (Clécio Branco - no café). Fonte das fotos: http://www.hypeness.com.br/2014/07/32-fotos-incriveis-que-mostram-como-criancas-brincam-ao-redor-do-mundo/ ffhttp://www.hypeness.com.br/2014/07/32-fotos-incriveis-que-mostram-como-criancas-brincam-ao-redor-do-mundo/

Ordem

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- “Porque as coisas são assim mesmo...”. Respondem os professores. - “Não existe outra forma de ser... Rebatem os pais em tom de ameaça com o dedo no rosto da criança. Desde que o mundo é mundo as coisas são assim” (Clécio Branco - no café). Fonte: http://www.hypeness.com.br/2014/07/32-fotos-incriveis-que-mostram-como-criancas-brincam-ao-redor-do-mundo/

Ordem

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- “Foi Deus que fez assim”. Afirmam os sacerdotes de toda espécie. São modos “corretos” de pensar e de agir. É tempo de casar, de ter os filhos e tudo recomeça na vida dos descendentes (Clécio Branco - no café).

Olhar

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Os olhos são órgãos de extensão do cérebro. Seu estudo pertence à anatomia biológica. Mas o olhar, escapando ao escrutínio da ciência, pertence ao poeta, ao artista do pincel, ao escultor e ao domínio das palavras. O olhar é intensidade, quase uma metafísica da alma - ela olhou simulando um não querer, baixou parcialmente os grandes cílios, deixando que o signo do olhar entremeado pelo verde dos olhos atravessasse o ambiente do café até o seu alvo. Um movimento dos cílios combinado aos múltiplos trajetos do rosto, faz fugir os olhos que cedem o lugar à intensidade do olhar. Não são os olhos que contam, mas o olhar (Clécio Branco - no café).

Turismo

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Diário de classe: Quando a favela se torna atração turística, não é a vida das pessoas da favela que muda, muito pelo contrário, é a favela que passou a fazer parte do circuito do divertimento e lazer. Para o mundo do turismo, até uma região miserável como Kinshasa ou Calcutá é motivo de divertimento - eles passam sobre uma realidade que fica intocada (Clécio Branco - aula de sociologia).

Identidade - v

Identidade – V Para se concluir o processo identitário é preciso ir mais fundo na alma humana, criar condições mentais favoráveis ao comportamento de conformação às normas estabelecidas pela classe dominante. Félix Guattarri trabalha em Micropolítica: cartografias do desejo , com o conceito de subjetividade que é coextensivo aos modos de produção de uma identidade, seja ela identidade de raça, cor ou condição social. Fazer o indivíduo pertencer a determinado grupo social e desmobilizar as forças de resistência que impediriam a sua conformação ao grupo majoritário. É o mesmo processo que cria condições latentes de pensar como o outro que deseja a dominação ao ponto de facilitar a dominação. De outra maneira La Boetice denunciou o “porquê de milhares se submeterem a um”, mas são modos de subjetivação semelhantes que fazem um indivíduo que nasceu livre possa aceitar pacificamente a dominação de outro. Em nosso caso, são condições psicológicas e sociais do branco que determinam a su

Classes sociais

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Diário de classe: A pobreza é o maior problema desse século - e ninguém duvide que não será também o do próximo - quando um governo decide atacar a pobreza, é atacado pela elite do país com a fúria estupida da burguesia burra e cega. Por acaso, a burguesia não percebe que, de outro modo, a riqueza só seria dividida com a violência das revoluções. Mas antes, com o aumento da miséria urbana, a violência, o tráfico de órgão e de pessoas - porque o tráfico de drogas já é muito insignificante nessa hora (Clécio Branco - aula de sociologia).

Cidade

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Diário de classe: Gueto, favela, periferia, comunidade, favela bairro - não importa o nome - nada vai maquiar a "evolução" das cidades no capitalismo selvagem e cínico (Clécio Branco - aula de sociologia).