Experimentação com drogas II
Em temporada no México, aguardando para participar de um ritual com Peiote , Antonin Artaud ouviu algo muito semelhante às ideias de Fontana, acerca de um índio: “O peiote, percorrendo todo o eu nervoso, ressuscita a memória dessas verdades soberanas e não faz, foi-me dito, perder mais nada à consciência humana, e ao contrário permite que ela recupere a percepção do Infinito”. [1] Tanto no relato de Artaud como nas conclusões de Fontana, as percepções sensitivas de integração cósmica, ligadas ao infinito, tendem a ser interpretadas como um caminho para a construção de outro tipo de conhecimento. Com essas drogas em psicoterapia, havia um ganho na intensidade do material trabalhado, ou seja, as memórias e ideias dos pacientes eram investidas de afectos primários, quase instintivos, que rompiam as barreiras da racionalização. Pesquisas realizadas em pacientes esquizofrênicos revelam estreita associação entre a percepção alucinógena e o que seria a percepção na loucura. Ou seja