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Mostrando postagens de junho, 2015

Amor

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Amar alguma coisa ou alguém é um começo equivocado de amar. Amar, antes de tudo, é amar o amor. Estar apaixonado numa potência que nasce em si mesmo e por si mesmo. Amar o amor é a afirmação dessa potência. Estar radiante consigo mesmo. Obter o charme e a graça de ser apaixonado pelo que é; pelas coisas que faz; por estar vivo no mundo. Depois, pode-se amar alguém com as mesmas qualidades (Branco - para meus alunos(as) e pacientes).

Felicidade

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A visão só pode ser motivo de felicidade para um cego, já que ele não a tem. Os que enxergam não são felizes por essa razão, pois quem tem não pode desejar o que já tem. Por isso, de uma forma, José Saramago procura dizem em "Ensaio sobre a cegueira" - é preciso ficar cego para começar a ver o que os que enxergam não vêem (Branco - filosofia para todos).

Potência-Ato

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Em François Châtelet, a imanência é a relação da potência - ato. O corpo é justamente isso, cada potência se realiza em ato. Essa é a tese de Aristóteles, não existe potência que não leve ao ato. Mas não se trata do pensamente de poder e ação - aqui já entramos no campo subjetivo do Eu e do Outro - Potência-ato é um jogo de forças imanentes. Assim como a água que é potência e sempre se realiza em si mesma (Branco - aula de filosofia).

Transcendência

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As doenças da mente só se justificam por causa dessa "guerra". O Eu é uma entidade social interiorizada em nossa cabeça, são estratificações que fazem os indivíduos andarem "na linha". O corpo sempre anda "na linha". Desde sua formação, o corpo segue a vontade da natureza: velocidade, repouso e lentidão. Sendo que, a linha do corpo é imanente à vida. E a linha do Eu, são valores morais. Nisso se trava uma batalha (Branco - aula de filosofia).

Imanência

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Que há uma guerra entre o corpo e o Eu todo mundo sabe. Mas existem muitos equívocos do como essa guerra se trava. O corpo se move por si e para si mesmo - ele é imanente. O Eu se move pelo outro e tem sua origem no outro - ele é transcendente. São direções opostas (Branco - aula de filosofia).

Dúvida

A "dúvida metódica" é o momento que antecede  uma certeza. Quando as certezas se estabelecem antes, sem que permita a dúvida, é porque mais uma religião vai surgir ou uma sistema de tirania (Branco - aula de filosofia).

Paixões

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Existem duas modalidades de "paixões" - coloco entre aspas para ressaltar a complexidade do conceito - as paixões (emoções) podem ser tristes, quando nos diminuem a vontade de viver; e as paixões (emoções) alegres, que nos aumentam a vontade de viver. Muitas vezes permitimos que, outros nos afetem com as primeiras, sendo que somos afetados sem que tais paixões não tenham origem em nós mesmos (Branco - clínica psicológica em Espinosa).

Paixões

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Quando as paixões de origem alheia causam no sujeito das paixões - dor e sofrimento - Estando preso numa situação que não começou, embora tenha permitido que se prolongasse no corpo, fica-se refém de um outro que lhe detém nos fios da marionete. Uma trama de emoções e manipulações onde indivíduos se comportam semelhantes aos modernos equipamentos de controle remoto (Branco - na clínica com Espinosa).

Paixões

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Nós ignoramos um outro modo de ser no mundo. Entramos pela porta do espelho - onde o outro disse quem sou eu - sem poder saber, por um bom tempo desse modo de ser, andamos na vida sem saber que nós mesmos ainda não somos o que pensamos ser. É preciso fazer a primeira revolução de nossas vidas para inventarmos a nós mesmos. Esse processo pode significar o nascimento da angústia que sempre queremos adiar, mas é inevitável (Branco - na clínica).

Natureza

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Nessa manhã ensolarada, vamos falar de coisas mais simples, do olhar sempre deslumbrado das corujas, por exemplo. Estariam elas encantadas pela elegância da natureza ou somente os olhos da coruja podem perceber que a natureza ama a dissimetria? Nesse caso, estou com as corujas. Não vejo harmonia na natureza, mas o predomínio do caos se presentifica nela. É preciso ter o olhar de coruja para perceber o além da ilusão sobre a natureza (Branco - no café).

Café

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Deliciosa rotina das manhãs de um final de semana: acordar e seguir até a cozinha, fazer um delicioso café, abrir as cortinas da sala, olhar a estante pegar o livro de ontem - José Ortega y Gasset, A rebelião das massas - deitar no sofá e saborear café com livro (Branco - no café).

Massa

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A grande e sutil estratégia da manipulação da massa está no fato de se excluir completamente a consciência da individualidade. Um homem medíocre, desprovido de qualquer talento ou formação intelectual só tem a percepção da natureza de sua mediocridade fora da massa. O poder faz uso de uma psicologia e insere indivíduos em "massas" determinadas. Dentro de uma aglomerado religioso, onde homens simples vestem ternos - mesmo aqueles surrados e incompatíveis com o seu corpo - ouvem promessas de serem possuidores do "poder de julgar anjos"; falarem a língua de outros tantos anjos! Nesse momento, ele já não é um em sua solidão, mas se fez massa e ganhou carne e espírito da massa que compõe (Branco - no café).

Massa

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Um fato que os sociólogos devem estar pensando - Bauman e Negri/Hardt, talvez - Trata-de do novo caráter da multidão. Há um aspecto novo na multidão, ela não se forma mais espontaneamente, existe uma visível manipulação na formação da multidão - ou existem multidões, como ressalta Ortega y Gasset? - As igrejas estão lotadas, os teatros estão lotados, as boites estão aglomeradas, as ruas, os estádios de futebol - em toda parte há multidão. Mas essa multidão cuja "carne" levava a um deslocamento politicamente assustador, parece, nesses espaços, pacificada e em conformidade com o tempo (Branco - no café).

Vie, rien ne

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Ao lixo ruidoso que se chama religião em nosso dias, foi dada a tarefa de julgar a vida. A banalidade desses indivíduos, berrando nos meios de comunicação, iludindo e se apropriando dos bens e do bem maior dos seus rebanhos (o pensamento) é o nível máximo em que a mediocridade humana pôde chegar. Ou ainda existe um abismo mais profundo do que esse? Como pode ser aceito que homens enganadores ocupem o lugar de julgadores da VIDA? Não se vê nisso uma segunda morte de Deus, depois daquela prenunciada por Nietzsche? (Branco - no café).

Vie misérable

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Falo de um bando que clama por audiência - de boca escancarada berram suplicando mais e mais dinheiro - inventam novas e mais cargas para o camelo arrastar pelo deserto da vida. Eles matam Deus para fazer ressurgir uma figura mais odiosa, o Deus-homem que adora o capital-dinheiro. Na confluência, do capital-dinheiro com o Deus-homem, inventaram um novo culto. Nesse culto, os rebanhos veneram seus pregadores ricos e adoram o capital-dinheiro como prova da benção do Deus morto (Branco - no café).

Merde de vie

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Eles compõem o exército da má consciência, introduzem a falta, a culpa, o medo e nojo ao mundo. São contagiosos, fazem a humanidade acreditar que sem eles não sobrevivem. Em troca da doença que interiorizam vendem o bálsamo da mentira - ontem o perdão condicionado, hoje a prosperidade enganosa - Na verdade, esses pregadores, espalham a negação da vida por onde passam. São mercadores de miséria junto com seus correlatos - os ladrões travestidos de parlamentares (Branco - no café).

Merde de vie

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Na "má consciência" vemos a verdadeira inversão de valores: os pregadores inventam valores morais que passam a julgar a vida. Dizem que tais valores são superiores à vida. E os salvos serão, não mais os fortes, mas os fracos, os debilitados que são confundidos como os piedosos. Daí, se sentem cheios de poder por merecer a graça. Nietzsche lembra da imagem da ovelha e da águia: a ovelha diz que poderia fazer tudo o que a águia faz; porém, prefere fazer uma renuncia em nome de sua crença nos valores superiores (Branco - no café).

Percepção

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Não há interpretação acima do psicológico, não há percepção acima do subjetivo, nem mesmo um pensamento simples pode escapar da trama psíquica. Toda fala humana que se refira a um "deus que disse"; a uma "suposta vontade de deus"; a tudo que se diz ser "revelação divina"; não passa de uma visão em perspectiva de uma mente presa a sua subjetividade - a vontade de deus é na verdade a vontade de um homem (Branco - no café).

Percepção

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Nesse caso, toda morte, todo sacrifício humano, todo julgamento de bruxa feito em nome de Deus; foi na verdade, em nome de um desejo puramente humano. Todo festival religioso de julgamentos e execuções não passam de crimes hediondos contra a humanidade - crimes que ninguém nunca pagou por eles, pois foram cometidos em nome de Deus - sendo esse uma perspectiva humana (Branco - no café).

Percepção

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Sobre a subjetividade, foi Bergson quem disse mais profundamente em "Matéria e Memória". Vou tentar dizer em minhas palavras: os objetos, as situações, os encontros que cercam o meu corpo, não são percebidos como se apresentam, mas como o meu corpo, depois de um longo trabalho subjetivo, vai me apresentar à consciência. Isso dede levar em contar a longa trajetória de minha história emocional que condiciona às imagens ao meu sistema de memória. Cabe aqui algumas perguntas, tudo que percebo na consciência é confiável? Nada é confiável? Existe algo de confiável quando se pensa em termos de verdade? (Branco - no café).

Percepção

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O sistema sensório-motor, junto com o psíquico, faz uma seleção de imagens no universo percebido - do que se deseja perceber, do que se pode perceber - e se percebe somente esse "objeto" retirado de um universo inteiro. Desse processo se pode pensar o sistema de verdade. O que é a verdade? O que é o justo? O que vem a ser o Bem e o Mal? (Branco - no café).

Libertinos

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Vou propor aos miseráveis algo maior do que a catarse do povo - das religiões ou de agrupamentos de servidão de rebanhos - proponho a vida libertina nos aposentos particulares onde a "voz do bom pastor" não lhes pode alcançar. Não se trata dos sintomas da compulsão de servir ao algoz. Proponho a busca do prazer, livre da culpa e do castigo - que o burgues guardou em segredo para ele. Que as mulheres e homens se libertem de seu limites de sua subjetividade para ir à desmesura da alma...lá onde ninguém se encontra para dizer "tu não deves". Que assumam o "tu podes" e que a única lei seja a sua em combinação sem mediação (Branco - no café).

Submissão voluntária

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A junção Freud e Sacher- Masoch ainda não foi devidamente explorada nesse plano político - penso eu. Assim como no texto de Deleuze, onde o carrasco usa a linguagem da manipulação, a desculpa que o "justifica e lhe dá a razão de ser", o discurso burgues da mídia que o representa, refina seu discurso em termos de inocência e boa vontade. O que faz pensar que há uma normalidade em tudo - burgueses de um lado e miseráveis de outro. Aos burgueses, uma vida de além do princípio de prazer. O ter mais nunca é o bastante. Aos miseráveis, cabe a histeria das massas: a religião, os estádios lotados, o carnaval, as aglomerações de povo onde se opera catarse (branco - no café).

Prazer restrito

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Aos poucos devo estar me distanciando da Sacher-Masoch, mas não me distancio do núcleo da questão. Ou seja, a civilização impõe um recalque de parte da pulsão impedindo que as massas atinjam o "além do princípio de prazer", caso fossem, a vida em sociedade seria impossível. Mas não se pensou o fato de que, numa sociedade burguesa, reservou-se esse privilégio a parte da sociedade - aos burgueses (Branco - no café).

Submissão voluntária

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É um paradoxo sem solução, o fato de a sociedade estar clinicamente doente, mas não haver uma clinica da sociedade. No máximo pode haver uma análise social. Existe uma fala do algoz - a linguagem que omite a verdade. Segundo Gilles Deleuze, o algoz fala em nome de uma justiça que lhe autoriza a impor a violência, ele mesmo é um inocente cumpridor de ordens - e, do outro lado, existe a voz muda da vítima. Ou, ainda, a voz da vítima pode estar sendo a linguagem do algoz que lhe impõe a dor (Branco - no café).

Submissão voluntária

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Podemos juntar as peças da literatura a diversos planos. Ao social e ao político, tanto quanto, ao clínico. Na verdade, existe uma clínica do indivíduo, mas não existe uma clínica do social - os sociólogos não são clínicos. Eles nunca propõem uma clínica para a sociedade, apenas existem propostas de ajustamento. Foi o caso de Augusto Comte, Émile Durkheim e Max Weber, primeiramente. Talvez, Marx tenha ido mais próximo de uma clínica social. Freud analisa o Mal-estar da civilização e chega a dizer de uma neurose miserável que atinge boa parte da civilização, porém, a psicanálise é muito restrita, muito longa para dar conta das massas (Branco - no café).

Muito além do prazer

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Todas as formas "compulsivas" que repetem estariam incluídas nessa tese? Tudo aponta para uma busca pelo Além do Princípio de Prazer. O psiquismo responsável pela regulação da descarga de energia se encontra premido pela repressão social. Ou seja, como bem mostrou Freud, "para viver na civilização é necessário abrir mão de parte do desejo". Daí, resulta o mal-estar da civilização. Não podemos ir além do prazer permitido - por uma questão de princípio mecânico, muito menos do que por princípios morais. As praticas "compulsivas" querem o além do princípio (Branco - no café).

Prazer e culpa

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De qualquer forma, ficamos devedores ao gênio Freud por descobrir os três Princípios que regem a vida mental: Principio de prazer; Princípio de realidade e o Além do Principio de prazer. Nos parece que, o suposto par sadismo-masoquismo, se acha implicado no além do Princípio de Prazer tal qual os drogatitos e as histerias religiosas de nosso tempo (Branco - no café). Curtir  ·  Comentar  ·  Compartilhar

Além do prazer

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Nem Freud pôde entender em seu tempo que, o sádico não se opõe ao masoquista, eles apenas constituem um paradoxo da física atual. Também, não se entendeu o fato de que, sadismo e masoquismo, não compõem necessariamente o par dor-prazer ou prazer-dor alternadamente. Hoje podemos aproximar um e outro, tanto das práticas de meditação, dos experimentadores de drogas ou das histerias religiosas ao mesmo tempo (Branco - no café).

Prazer

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Em Sacher-Masoch, o que aparece de forma excepcional, é que o grande clínico já não é o grande médico. Mas, é ele mesmo, o criador de personagens. Ele que define minuciosamente a sintomatologia de um tempo. O que quer um masoquista de verdade? O que deseja um sádico real? Só uma literatura como como a dele pode definir tão bem (Branco - no café).