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Mostrando postagens de novembro, 2014

Caos

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Quem disse que a natureza é harmônica? É porque deseja que seja. Mas a natureza é força ativa, força estética e não obedece a nenhum desejo de harmonia. A natureza é caos desde o seu princípio (não é o começo), e não tem fim. Se o homem desaparecer da Terra a natureza (sem o homem) tomará conta de tudo (Clécio Branco - no café).

Eternidade

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Amar nos faz sentir imortais. As histórias de amor vão sedimentando estratos afetivos no corpo que, permanece marcado como se o tempo liso, de uma forma singular, por ele escoasse permanecendo liso, dando ao corpo a sensação de um sempre que nunca acaba. É que Eros é imortal pelo lado do pai, e mortal pelo lado da mãe. Por isso ele morre numa estação e renasce em outra (Clécio Branco - afetos de Maffesoli no café ).

Bem e mal

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Todos os séculos de civilização judaica-cristã que atravessou o iluminismo até nossos dias não pôde erradicar ou, pelo menos, sufocar a natureza obscura que nos habita. Freud e Jung ousaram descrever, cada um ao seu modo, o inconsciente escondido em nós. Esse é o "coração, terra onde ninguém pisa", nosso lado sombrio de nossa animalidade que a civilização pensa infantilmente ter soterrado em nós. Deixamos de ser animais apenas, pior, somos animais que pensa. Não existe animalidade mais assustadora do que a humana (Clécio Branco - sob o efeito de Maffesoli - no café).

Bem e mal

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Pode ser temível e temido, mas o trovão noturno serve para sacudir uma vidinha miserável e incipiente do casal que não se suporta mais no dia a dia. Se por um lado, um dos pares se acomodou ao tédio e nele se engessa facilmente na pulsão de conservação, o outro, movido pela pulsão de morte - força estética - pode ser o trovão da meia noite que convida a tempestade noturna. É o aguaceiro que arrasta o tédio, mas não sem angústias e dores. Alguém conhece outra forma de existir? Eu não (Clécio Branco - terminando Maffesoli no café).

Bem e mal

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As noites românticas dos amantes sonhadores, é a mesma noite da transmutação do amor e dos amantes. A transmutação "indesejada" da alegria em tristeza, do prazer em dor, é também, a transmutação cavada pelas mãos dos amantes. Eles não sabem, mas a pulsão erótica que os uniu tem o seu oposto trabalhando nas noites românticas, a pulsão de morte. Morte e vida cercam de cuidados - cada uma ao seu modo - toda relação amorosa. Não é sem motivo que alguém disse em algum lugar: "toda história de amor termina em tragédia" (Clécio Branco - lendo Maffesoli no café). Gosto

Bem e mal

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Até onde podemos saber, a atitude criadora "baseia-se na integração constante entre o bem e o mal". Na "harmonia dos contrários" consiste a criação que conhecemos. As forças estéticas se encontram no jogo de forças eternas e incriadas - as noções de bem e mal, deus e o diabo são na verdade representações nominais que se dá a essas forças. Está em toda parte, desde um pequeno formigueiro, passando pelos oceanos é o mesmo jogo de forças que nos atinge: nossa sombra e nossa luz. Nosso lado mais bondoso e nosso desejo perverso. "Todo mal é portador de uma flor" (Clécio Branco - lendo Michel Maffesoli no café). Gosto

Homem Deus

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Já houve um século em que os homens acreditavam que o universo era harmônico e dirigido por um de Deus que os punia para que não desejassem ser igual a Ele. Isso foi na Antiga Grécia e no Antigo Testamento. Mas deixando os "antigos" para trás, a medida que os homens descobrem que Deus tem história, logo, Ele tem a face do tempo e não passa da imagem perfeita da criação humana - o homem descobre que ele é o único legislador de si mesmo. A diferença entre os dois sistemas é simples: no primeiro, com Deus existindo, tudo era permitido. No segundo, nada deveria ser permitido. Mas à sombra do Deus inconsciente que tudo perdoa, o homem faz uso dessa imagem para justificar seus atos - "foi a vontade de Deus", ainda dizem isso e nada mudou. A maior necessidade da existência de Deus vem da má fé do homem. (Clécio Branco - no café). Gosto

Democracia

A transição da política dos bastidores para a política do ciberespaço não pode ser barrada ao golpe jurídico, ao contrário, o judiciário deverá criar as condições para que a democracia - já em lei constitucional - possa ser liberta do atraso a que os políticos a submetem por interesses privados. A Ágora pós-moderna é o ciberespaço. Nele, a lógica do rizoma se faz multidão, no sentido da democracia que começa a se delinear em nossos últimos dias (Clécio Branco - aula de sociologia).

Democracia

A lógica rizomática se concretiza na rede de sistemas amplos de hipertexto. Nesse sistema, sem interesses privados da mídia milionária, é uma multiplicidade de caráter a-numérico que está em jogo. Trata-se do manejo imanente do jogo do desejo de milhões que se encontram livres para discutir suas razões e preferências. Ninguém poderá deter em fronteiras fixas - nem nordestinos, nem sulistas - os deslocamentos contínuos, as conexões sem fim ou, as mudanças de direção que queira operar. O rizoma é fluxo de desejo, cresce em todas as direções imprevisíveis (Clécio Branco - aula de filosofia).

Redes

A instauração de uma cultura coletiva - no ciberespaço - numa sociedade como a nossa, onde não se atingiu os direitos plenos de cidadania: direitos à educação crítica e de qualidade. Levará fatalmente o povo, a ser induzido pelas informações da hegemonia das mídias ao rebanho mais passivo e a-crítico do que o rebanho religioso. O povo acreditará nas palavras de ordem da mídia que se encontra refém de um judiciário tendencioso, de um legislativo corrupto e de um executivo engessado (Clécio Branco - aula de sociologia).

Mundos

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O mundo de "vontade e representação" é o nosso mundo visto através das janelas de nossa percepção.Um outro mundo só existirá quando passar por esse filtro. Sem que isso ocorra, sem que estejamos de posse dessa condição psicofisiológica, não haverá mundo que nos diga respeito. Um outro mundo, fora dessas condições limitantes, está completamente perdido de nós mesmos, seus sons e suas imagens de riquezas nos permanece além de nossa caverna (Clécio Branco - no café).

Ecologia cognitiva

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Ainda não se disse muito sobre o significado de uma ecologia cognitiva. Ou não se quer saber sobre tal coisa. Uma mente individual se forma imanentemente ao corpo e à subjetividade - vias exteriores de mensagens. O que isso quer dizer? De forma simples, a mente constitui valores e crenças por essas vias exteriores e, pode fazer delas, um sistema rígido e engessado, tomando como verdadeiro qualquer fato desde que, nela - na mente - não se tenha introduzido também as condições de auto-crítica (Clécio Branco - aula de filosofia). Gosto

Diário de classe

A instituição - escola - no Brasil é produto de uma divisão de sociedade de classes. A máxima que diz ser, a sociedade produto da escola, é inteiramente ideológica. A real condição da escola é que ela nasce das entranhas de uma sociedade de classes. É para servir a esse modelo de sociedade que a escola foi criada. Por isso, existem basicamente duas escolas: uma para "fingir" educação - e essa é a realidade incontestável. Daí, todo aparato cínico do Estado burgues em torno de um discurso pela educação. Essa escola, fruto do cinismo do Estado, se desenvolve na direção de fazer uma classe operária alienada e servil - no dizer de Foucault, fazer corpos dóceis. E existe a outra escola, que visa formar a intelectualidade que vai exercer o domínio das forças políticas da sociedade - uma classe intelectual. O acesso da classe operária à escola burguesa é barrada por um muro mais complexo do que o Apartheid. A realidade fica obscura pelo slogan "Educação Direito de tod

Angústia

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O mal estar de um indivíduo se situa no entremeio de sua razão consciente e de seu depósito emocional que nunca segue na mesma direção. Um indivíduo permanece emocionalmente ligado aos pais da infância e, por outro lado, em luta para assumir a vida de adulto que a razão exige. Nesse intervalo, entre uma instância e outra, há um fosso abissal de angústia e sofrimento mental (Clécio Branco - na clínica). Gosto

Ilusão

O ocidente, calcado em pilares do pensamento judaico-cristão, fundou a ética da irresponsabilidade para com a vida pessoal. Como isso ocorre? Sempre que se diz, "foi a vontade de Deus", "foi por Deus", "são os desígnios de Deus", é o "mistério de Deus" - etc... -. Dessa forma, esse ente chamado Deus fica sendo responsabilizado em cada acontecimento em que a infantilidade do homem - ou pela sua incapacidade de pensar soluções para os problemas de sua vida (Clécio Branco - no café).

Ilusão

Ficou como um dito popular, essa noção de "amor platônico" - quase um adjetivo que empresta qualidades ao afeto humano chamado amor.  Por que se diz assim, do amor de algumas pessoas, que marcadamente “amam de longe”? Elas estariam longe de quem, ou do quê? (Clécio Branco - no café).

Ilusão

A resposta vai mostrar o quanto nossa subjetividade resulta de um pensamento filosófico, mas sem sabermos. 1. Não é simplesmente o fato de se encontrar longe do objeto – pessoa que se ama platonicamente. 2. E não é da pessoa real que se está distante. É muito mais distante disso que se está. Vamos ver como funciona: (Clécio Branco - no café).

Ilusão

Uma pessoa de nossa cultura, homem ou mulher, se encanta por alguém. Por razões morais e, por suas crenças mais subjetivas, ela não se aproxima do objeto amado imediatamente. Entretanto, é impossível não imaginar como seria maravilhoso ter essa pessoa ao seu lado. Passa horas na cama, no trânsito, no trabalho imaginando como seria bom abraçar, beijar, fazer amor e viver juntos até ficarem velhinhos. Assim, pensando, sonhando, imaginando e “delirando” até, segue nesse secreto sentimento (Clécio Branco - no café).

Ilusão

Além de “sonhar” quase todo tempo, com o amado, essa pessoa pede a Deus que lhe dê sinais de sua vontade e aprovação para que o encontro fatal possa ocorrer com a segurança que a aprovação divina confere (Clécio Branco - no café).

Ilusão

Numa bela manhã de maio, num daqueles dias em que o sol aparece tímido entre nuvens, num típico veranico dessa fase do ano, aparece cantando entusiasmado, um raro canário. Além do mais, diante da varanda do apartamento, no mesmo local onde o canário cantou, se estende uma visão extraordinária da imensidão do mar azul (Clécio Branco - no café)

Ilusão

Naquele dia, em razão do corpo se encontrar preenchido de afetos de desejo, a experiência parece ser única. Tudo parece ser raro, e singularmente divino. Esse amante inconfesso vê em tudo isso – e não poderia ser diferente – a mão de Deus (Clécio Branco - no café).

Ilusão

No mesmo quadro, em razão do corpo se encontrar preenchido de afetos de desejo, a experiência parece ser única. Tudo parece ser raro, e singularmente divino. Esse amante inconfesso vê em tudo isso – e não poderia ser diferente – a mão de Deus conduzindo o caso. Finalmente, a resposta de que precisava - um Outro aprovando seus desejos - os riscos de um erro ou de uma ilusão, ficam assim transferidos para o além mundo. Ela ou ele se sente livre para amar e se entregar confiante à experiência que desejava a muito (Clécio Branco - no café).

Ilusão

Esse é o amor platônico. Ou seja, entre a terra e o céu se escava um abismo intransponível. Toda trajetória desse amor foi construída em cima de ideias e suposições irreais. Inclusive quando Deus aparece para “aprovar”. É tudo projeção do desejo do indivíduo que quer ser amado, mas infelizmente e sem saber, inventa tudo sozinho. Como dizem: viajou sozinho (Clécio Branco - no café).

Ilusão

O individuo imaginado se afasta do indivíduo real e, somando-se às ideias desenvolvidas ao longo do “delírio”, quase alucinatório, são todas irreais sobre um indivíduo irreal. Ele ou ela se afastou tanto da realidade sem saber, que afastou também qualquer possibilidade de pensar que tudo aquilo não passava de uma ilusão. Já ouviram falar de pessoas que sofrem desilusões amargas? Estavam amargamente iludidas - a ilusão não tem nada a ver com o outro. O próprio indivíduo criou seus fantasmas desejados (Clécio Branco - no café).

Ilusão

A dita pessoa amada nunca existiu – era a projeção do desejo. À pessoa imaginada, se soma tudo que se delirou, inclusive as coisas em mínimos detalhes – tudo é inexistente. Ela só existiu no narcisismo delirante de tudo que se imaginou. (Clécio Branco - no café).

Ilusão

E por fim, Deus nunca se meteu nessa história. E o veranico de maio com o canário, o mar azul e tudo mais? Tudo está ali – sempre esteve - ao sabor do vento e do tempo, eles vão e vêm a cada estação, sem finalidade alguma. Pelo menos em relação aos aos indivíduos que os toma para si (Clécio Branco - no café).

Ilusão

Depois, essa pessoa “desiludida” vai a igreja dizer a Deus que está passando por “duras provações na vida” e que viver nesse mundo não vale mesmo a pena. Ou, vai ao analista descobrir que a vida e o mundo não tem nada a ver com seu sofrimento. O que lhe falta é assumir responsabilidades pelos seus atos sonhados. O que pode, ou não, revelar que viver é uma coisa extraordinariamente rara e bela. O que significa viver com os pés e a cabeça na Terra (Clécio Branco - no café).

Politica

No país do "você sabe com quem ta falando?", juiz não pode ser abordado por policial, policial não pode ser criticado por civil, pobre não pode viajar de avião, nem ir à Paris, autoridades não podem ser investigadas, filhas de militares herdam o salário de seus pais falecidos, magistrados e políticos de altos salários querem auxílio aluguel - mesmo sendo possuidores de imóveis - esses magistrados querem o direito de ficarem caquéticos no cargo com seus privilégios....mesmo mumificados... e pior, esses que repetem a máxima, "você sabe com quem está falando?", são contra a bolsa família de 120,00 reais destinados a famílias de miseráveis que mantém filhos na escola. Esse país está mudando! (Clécio Branco - no café).

Objetos do desejo

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Ser possuído pelo objeto que deseja possuir é a lógica de uma relação antiga - se encontra nos primórdios de um capitalismo bíblico - quando uma fruta subsume um panteísmo incontestável. Nesses dias em que vivemos, consumir e ser consumido pelas coisas, não tem nada de novo. O mito do Éden preconizou primeiro, tanto o panteísmo quanto essa mistura alquímica dos sujeitos com as coisas. Se um fruto tem a capacidade de revelar o bem e o mal - ele mesmo- só pode ser Deus, bem como, uma coisa que tem o poder de possuir o seu possuído (Clécio Branco - no café). Gosto

Ansiedade

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Bom dia aos ansiosos! A ansiedade não se trata apenas de uma resposta sensório-motora. É também a defesa do ego que se vê acossado pelo desejo e pelo ambiente externo. Maiormente, a ansiedade é fruto do tempo em que vivemos: o espaço quer conservar e o tempo força a mudança. Ou seja, estamos o tempo todo tendo que nos arrumar num tempo fluido e num espaço aparentemente fixo (Clécio Branco - na clínica).

Ansiedade

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A ansiedade é menos o estado de não poder e, muito, das possibilidades de poder. Mas diante de um mundo de possibilidades, é o estado de não ser que acelera o processo ansioso (Clécio Branco - na clínica).

Prazer

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O capitalismo com seus gozos - puros simples - nos shopping centers, com suas "drogas" e as drogas dos cantos das esquinas,dos amontoados esfarrapados do crack, da fabricação do corpo belo, das orgias orais, do prazer imediato que tudo isso promete e cumpre - escamoteou quase que completamente o medo da morte. Talvez venha daí toda a impotência terapêutica (Clécio Branco - no café).

Democracia

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Falando da democracia do futuro, quando irrompe a multidão molecular? Quando as imposições burocráticas chegam no limite de estrangular os fluxos. Quando os princípios de uma política e "outras leis de ferro" tendem a engessar e uniformizar as singularidades em subjetividades que produzem identidades globais. Quando o intolerável se instala, pode contar com a explosão da "multidão molecular", seja com povo nas ruas e nas praças, seja nas redes de comunidades. Que seja! (Clécio Branco - aula de sociologia).

Dualidade

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Vivemos sobre a "Sombra de Dionísio", conforme diz Michel Maffesoli: não nos baseamos mais no consumo de uma subsistência, mas na "consumação que vai à raiz das coisas". Engordamos e cortamos nossos estômagos para barrar os excessos. Um mercado estranho se firmou em nossos dias. Mulheres querem aumentar a bunda, os peitos de preenchimentos artificiais - muitas vezes com o custo da vida. Uma onda de fabricação de ideias sobre a beleza reduzida à bunda. Como se uma mulher fosse definida por bunda e seio - mesmo que seja preenchimento de plástico (Clécio Branco - no café).

Binário

Binário: A máquina binária é um sistema de pensamento que faz girar tudo sob uma estrutura exclusiva, ou isso ou aquilo. Se você não estiver dentro disso ou daquilo você será odiado e excluído. Ou você é branco ou é preto, mulher ou homem, normal ou anormal, está fora ou está dentro, anda na linha ou será rejeitado (Clécio Branco - aula de filosofia).