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Mostrando postagens de novembro, 2013

Liberade II

Nascemos sem escolher, envelhecemos contrariados e morremos sem desejar - salvo nos casos de suicídio que não se vê saída fora dele mesmo - Nosso inconsciente, segundo Freud, é um lugar de trabalho em nós sem que possamos interrompê-lo, mas que nos impõe trabalho árduo e dos mais complexos, mesmo enquanto dormimos.  Somos lançados sob o império da cultura que nos enquadra em papéis pré-estabelecidos - temos que trabalhar e driblar a nossa finitude,  a solidão, o desamparo e a castração até o limite do que for possível - submersos nessa realidade, onde está a nossa liberdade?  Creio que só podemos ser livres, no fazer sobre "o tudo" que nos faz - fazer algo que "o tudo" ainda não pôde fazer. Temos que procurar nas brechas do "mal feito", "do mal acabado", ou mesmo do feito, algo que possa ser feito por mim mesmo de uma outra maneira, e o tempo todo.

Liberdade

A liberdade é uma questão filosófica? É uma condição psicológica? Ou, seria de algum modo religiosa? Ou as três condições se somam?  Parece que  a liberdade é mais do que abolir as pressões externas que oprimem o homem.  A história parece demonstrar que as condições humanas de existência é de uma relação de dominadores e dominados, de senhores e de escravos (Hegel) e que a liberdade seria sempre algo condicionado a essa lógica.  Sempre que os escravos e servos lutam pela liberdade e a conquistam, fazem dos antigos senhores, seus escravos e tudo permanece sob a lógica anterior.  La Boétie questionou no século XVII, "Por que milhares se submetem a um?".  Espinosa, muito próximo desse autor, também se pergunta: "Por que os homens lutam pela servidão como se fosse pela liberdade?".  Nos dois autores - filósofos - parece haver muito mais além da crença comum da servidão involuntária. Os dois pensadores estão afirmando da vontade de "servir&q

Normal e Patológico III

Maiormente  nossas questões são da ordem filosófica e, muito menos, psicológicas. O psicológico tende a ser uma consequência de nossas incapacidades de enfrentarmos nossas questões existenciais - a de sermos sós, desamparados, finitos, alienados no universo e castrados na maior parte de nossas pretensões desejantes - . As outras questões que criamos ou criam em nossas cabeças, são derivadas dos estratos de subjetivação que nos "fazem ser como", sem que tenhamos escolhido inteiramente o que nos tornamos.

Normal e patológico II

Somos feitos de uma matéria fluida que põe o corpo biológico em fuga constante: pulsões, libido, desejo, um inconsciente que é um pouco representativo e todo o resto incomensurável - desmensurável - na outra ponta somos o efeito do recalque agindo sobre àquelas forças - o recalque é a civilização em nós - Somos assim, em momentos serenos e tranquilos, como espelho d'água em dias sem vento, sem briza. Em outros, somos tempestades, furacões ou tufões devastadores.  Quais os dias normais? Quais os dias anormais? Somos forças agindo e reagindo dentro de nós, não existe esse tal sujeito normal, não existe o outro anormal. Somos tudo ao mesmo tempo.

Normal e Patológico

No sentido das emoções, do psíquico, do aparelho mental da psicanálise - nos parece que nem um termo nem outro se encaixam - tais definições são transcendentes às condições reais dos indivíduos em sociedade. Se optarmos pelos termos - da normalidade ou da patologia -  teremos que concordar com a cura dos anormais. Curar a humanidade inteira que não se padroniza em normas retilíneas de sanidade. O mundo que inventamos a cada dia, ele mesmo, não segue padrões prévios de normalidade - tudo oscila. Nesse sentido, devemos optar por modos de subjetivação e de singularização. Ou seja, inventar modos de vida e de viver sempre novos. Nos reinventarmos como os nômades que se deslocam, dizendo com isso que, se existe uma coisa próxima de normalidade, essa coisa seria o nomadismo. Deslocamentos contínuos, fugas incessantes, abrir novos caminhos, inventar bifurcações e fazer linhas de fuga sempre novas.  E de que lado ficaria a patologia ou a anormalidade? De certa forma, na impossibilidad