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Mostrando postagens de junho, 2014

Sentido

O ser humano produz sentido retirando do mundo Real. O sentido não é duplo nem multiplo, o sentido é multiplicidade. Cada sociedade com suas línguas e dialetos, cada indivíduo com sua subjetividade e suas variações emocionais - eis o sentido que está sempre em devir-mundo (Clécio Branco - depois do café).

Responsabilidade

As emoções? As sensações? São primeiras em relação às ações. Mas não quer dizer que não sejamos responsaveis pelos nossos atos, não somos culpados, somos responsaveis pelo que fazemos com nossas sensações e emoções. A culpa é religiosa e a responsabilidade é ética (Clécio Branco - em resposta a uma pergunta).

Eu

Em nosso caso, não se trata de dissolver todo o edifício do conhecimento, seria uma pretensão de mais um universal. Nesse breve espaço de nossa tese, nossa questão é o sujeito. Muito embora ele esteja subsumido na universalidade da estrutura do pensamento humano. Ou seja, como diz Kant, não existe uma realidade acima de nós ou fora de nós que julgue a veracidade ou falsidade de nossas ideias. É a nossa própria estrutura que, por ser universal, por ser idêntica em todos os homens, garante a validade desses conhecimentos. Mas garante a sua validade e não a sua realidade. Não se pode falar mais de realidade, só existem os fenômenos e os juízos válidos. O que é válido? Tudo o que confere com a estrutura universal da mente humana (Clécio Branco - aula de filosofia).

Eu

Podemos colocar toda a confiança em nossos sentidos e faculdades cognoscentes? O empirismo colocou dúvidas quanto ao Eu cognoscente, ele próprio é duvidoso. Até de nós mesmos nós só conhecemos aquilo que nos aparece (Clécio Branco - aula de filosofia).

Eu

Só se conhece aquilo que chega aos sentidos pelos sentidos, aquilo que pode aparecer aos sentidos. Fórmula nietzschiana, como saberemos onde encontra o nosso tesouro se nem de nós mesmos somos conhecidos? Se não nos conhecemos a nós mesmos, como saberemos onde estar nosso tesouro? (Clécio Branco - aula de filosofia).

Eu

Temos aqui um fenomenismo , estamos impossibilitados de conhecer as coisas propriamente ditas. E a questão não vai se restringir somente ao estádio do espelho. Esse momento é útil para concebermos a ilusão de um sujeito quando ainda em sua formação. Mas no simbólico permanecemos no Real das palavras que nominam as coisas que deixam de ser elas mesmas para se deslocarem de seu lugar Real Real (Clécio Branco - Aula de filosofia).

Eu

Nas palavras de Lacan: “[...] o primeiro efeito que aparece da imago no ser humano é um efeito de alienação do sujeito. É no outro que o sujeito se identifica e mesmo se experimenta de início”; “Essa relação erótica em que o indivíduo humano se fixa a uma imagem que o aliena em si mesmo, eis aí a energia e eis aí a forma onde tem origem esta organização passional que ele chamará de seu eu” (Clécio Branco - aula de filosofia).

Eu

Assim, sendo a origem da capacidade de dizer “eu” algo que reside no momento em que a criança é capturada por uma imagem essencialmente alheia, sua identidade própria nunca poderá deixar de ser algo que lhe vem de fora, do horizonte da alteridade. Dessa forma, segundo a teorização lacaniana sobre o estágio do espelho, o eu encontra sua constituição na operação mesma que condena a uma condição de alienação, ele é formado na experiência especular pela identificação com a “Gestalt” de uma imagem exterior e discordante (Clécio Branco - aula de filosofia).

Eu

Podemos colocar toda a confiança em nossos sentidos e faculdades cognoscentes? O empirismo colocou dúvidas quanto ao Eu cognoscente, ele próprio é duvidoso. Até de nós mesmos nós só conhecemos aquilo que nos aparece (Clécio Branco - aula de filosofia).

Homem

A maioria de nós tem a consciência sepultada no senso comum - sem ter condições de saber disso - o que faz pensar que as coisas inventadas com propósitos políticos sejam naturais como as folhas das árvores. Simone de Beauvoir exemplifica tal realidade em relação ao homem, que irrompe como Sujeito Absoluto" e a mulher como o "Outro" que que ele determinou.  Daí, se inventa a relação homem mulher que se tem como natural (Clécio Branco - pela manhã com Simone).

Homem

Durante milênios a condição feminina, sendo determinada pelo homem, tem desdobramentos na servilidade da mulher na sociedade dos homens.  Mesmo em dias de iluminismo tardio da pós-modernidade, são os homens que, por se sentirem ameaçados em sua masculinidade, ameaçam de morte as mulheres e as matam friamente se forem trocados por outro.  As leis feitas por homens, consideram esse crime passional - como que em desculpa ao masculino que fora desonrado em seus testículos de homem - o que faz com que a pena seja branda (Clécio Branco - lendo Simone).

Homem

A diferença de natureza - homem/mulher - só existe na biologia. As condições políticas e sociais são inventadas pelo homem.  Desde o mito bíblico do Éden, a culpa da desgraça do homem (humanidade), recai sobre a mulher - o trabalho suado, o pão amaldiçoado, a seca, a fome, as guerras, as pestes do mundo têm uma origem comum - a mulher desobediente à Deus. sendo que o escritor que dá sentido ao pensamento de Deus é um homem (Clécio Branco - lendo Simone).

O tempo

Em Hamlet, Shakespeare diz: o tempo está fora de seus gonzos, ou seja, "andam desarticulados os tempos".  A percepção do gênio é maior do que o tempo das convulsões sociais de nossos tempos ou dos seus dias.  São os portais do tempo que não têm mesmo gonzo algum - o tempo flui na direção da seta ou circula.  Não importa, ele flui ou retorna infinitamente trazendo uma repetição de novidades eternas  (Clécio Branco - em Nietzsche e Shakespeare).

Angústia

Para todos que me questionam sobre a angústia, e que eu não me canso de dizer: a angústia é a radical falta de sentido.  Um dia Lukács disse antes de mim: "Somente quando o homem, em sociedade, busca um sentido para a sua própria vida e falha na obtenção deste objetivo, é que isso dá origem à sua antítese, a perda de sentido" (Clécio Branco - lendo Lukács).