Embriaguez - conclusão
Castañeda admite o tema dos “dois mundos”, mas não é o caso de interpretar o olhar do antropólogo e tomá-lo literalmente. Os dois mundos, de que lhe fala o feiticeiro, são duas realidades do mesmo mundo, como já dissera. “A coisa especial a se aprender é como chegar à fresta entre os mundos e como entrar no outro mundo. Não se trata do mundo dos corpos, mas de estados de acontecimentos, quando os estados de coisas ou misturas dos corpos, dos “acontecimentos incorporais na superfície, que resultam dessas misturas”, [1] operam uma cisão totalmente nova da relação causal. O feiticeiro introduz Castañeda na experimentação estóica, na inversão do tempo e da linguagem calcados em limites fixos. Eles fazem da droga um meio de ultrapassar esses limites estruturais, “e os restituem à equivalência infinita de um devir ilimitado (...) o devir-ilimitado é o próprio acontecimento”. [2] O acontecimento é “coextensivo ao devir, e este, por sua vez, é coextensivo à linguagem”. A linguagem correspo