O fogo I
Lembro das queimadas, olhando da janela de meu quarto, na pequena Belém de Maria. A cidade de poucos habitantes, tinha um prefeito para governar sobre pequenos agricultores de uma agricultura familiar de subsistência. Um vale minúsculo, com um riacho no meio, sinuoso entre montes - era o rio panelas. A razão das queimadas, que se espalhavam nos montes na velocidade dos ventos, era a palha seca da cana de açúcar. Talvez, o único motivo da existência de um prefeito governando um arremedo de cidade. Coisa vista por mim na infância no clássico, O Pequeno Príncipe. - Havia lá, um rei solitário, em seu minúsculo planeta que mesmo sem súdito, permanecia rei sobre o vazio da ausência de gente para justificar a sua soberania. Seu momento de glória é marcado com a chegada inesperada do Pequeno Príncipe, seu único súdito por um breve tempo, no planeta de um único morador, o rei - Em Belém de Maria, a cana de açúcar, monocultura que remete à colônia, justificava a existência de um