Movimentos sociais

Para entender "as passeatas de junho" de 2013 no Brasil é aconselhável ler Contrafogos de Pierre Bordieu. 
O sociólogo divide o Estado em mão direita e mão esquerda. Não é nenhuma alusão à categoria política, "esquerda direita". São os seguimentos institucionais que foram divididos segundo interesses de Estado, na França dita socialista e no resto do mundo neoliberal.
 As instituições da mão esquerda comportam a educação, a saúde, a segurança, os transportes e os serviços sociais. 
Em relação à mão direita, o autor coloca as instituições financeiras, públicas e privadas, os burocratas, os ministérios e os gestores que submetem a mão esquerda. A questão é que o Estado abandonou a mão esquerda, esqueceu ou não quer saber desse contingente. 
Na saúde, persiste o caos, na educação não é preciso falar de novo dos baixos salários e nas más condições em que se encontra a escola que não prepara para nada. 
Nos transportes se repete o abandono do cidadão que gasta horas preciosas de seu tempo em engarrafamentos intermináveis dentro de ônibus de alto risco para a vida, são os mais caros do mundo. 
É que as empresas de transportes no Brasil têm parte dos interesses da mão direita. Na segurança, a sociedade está aos "cuidados" de três forças: das milícias, do mal policial, dos bandidos e, algumas vezes das forças do Estado.
Tudo indica que uma força comum se aglutina no meio da multidão que foi para as ruas. A revolta acumulada da mão esquerda se encontra nas ruas e nas praças. Os políticos, que pertencem a mão direita do Estado temem as massas nas ruas. Tudo indica que essa é via de transformação.

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