Questões

Sempre se parte de um pressuposto, de um fundamento ou de uma escola. Não é voltar às questões do passado, num movimento arqueológico, aprisionar-se no passado para fazer filosofia. Não seria nem esse passo para o passado, nem um olhar para o futuro, como previu o socialismo, nunca se tratou de ter respostas prontas para as questões. O marxismo se pautou sempre por um projeto para o futuro, projetos alternativos para uma sociedade sem classes, um projeto para o mundo. Deleuze está interessado mais em processos. O pensamento cartográfico, o pensamento rizomático, entre outros, estão sempre nos remetendo a processos. Não se trata de dar respostas aos problemas, mas sim de abrir as questões ao campo das multiplicidades e das criações singulares. Deleuze propõe uma saída das formas binárias do tratamento das questões e propõe a criação de conceitos como uma forma de criar inquietações, deixar as questões sobre uma certa tensão. Em vez de ir ao passado ou de se dirigir ao futuro, tratar-se-ia de captar os devires perceptíveis que se gestam na atualidade, trata-se de se conectar aos devires. Como diz Deleuze: “Trata-se, antes, no devir, de involuir: não é nem regredir, nem progredir. Devir é tornar-se cada vez mais sóbrio, cada vez mais simples, tornar-se cada vez mais deserto e, assim, mais povoado”.

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