MÁQUINAS DESEJANTES

Considerando o valor dado ao conceito de desejo como produção, da maneira como é apresentado por Deleuze e Guattari em O Anti-Édipo, defendemos que o mesmo teria implicações importantes na formação do pensamento e da vida. O desejo, como produção, se inscreve na crítica deleuzeana às filosofias da representação, e, mais tarde com Guattari, inclui uma crítica à noção psicanalítica do desejo sob a lei da castração. Nossa pesquisa busca os elementos que operam esse conceito. O desejo, como criação de estilos de vida, se encontra no Anti-Édipo, onde para entender os acontecimentos sociais tornou-se imperioso considerar a força do desejo operando em níveis sucessivos, da família à sociedade. Repudiando a relação com o negativo, valores que menosprezam as potências do desejo, os autores fazem uso de novos conceitos, que operam em conjunto: rizoma, corpo sem órgãos, devir, dentre outros que conduzem o pensamento e a vida a partir de um plano de imanência. As duas principais correntes – a metafísica clássica e a filosofia da diferença - mantêm eixos distintos e com conseqüências diretamente ligadas aos
modos de pensar e viver. No primeiro caso, o pensamento e a vida dependem da transcendência; já no segundo caso, o desejo, o pensamento e a vida partilham, cada um a seu modo, de um plano de imanência. Conseqüentemente uma nova maneira de pensar o desejo, separado dos pressupostos da carência e da falta. O desejo se define pelo corpo sem órgãos que é seu campo de imanência.

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