Mudanças

 

Lembrando das palavras de Marco Aurélio em Meditações: por que tememos tanto as mudanças? 

É possível existir vida sem mudança, sem movimento? Para nos alimentarmos, a semente não precisa se transformar em pão? 

A água do rio não precisa fluir para que, do movimento de renovação, dela eu possa matar a sede, tomar banho, levar vida às plantas que irão me nutrir? Os ventos não mudam o clima que favorece o ar que respiro? As estações não mudam o clima? As diferentes temperaturas de onde insurgem as flores, os aromas, os frutos e todas as formas de alimentos não sustentam a vida de todas as espécies?

 “E qualquer outra coisa que seja útil pode ser realizada sem mudança?” Já dizia a filosofia mais antiga: “nenhum homem pode se banhar duas vezes na mesma água de um rio” (Heráclito de Éfeso). Isso porque, tudo está em mudança, mesmo que em um átimo de tempo, nem o homem nem a água do rio permanecem os mesmos. 

Talvez, o humano seja o único que tenha a pretensão arrogante de que nada muda, mesmo estando ele mesmo, sendo levado pelo movimento. 


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