Religião
Segundo Freud, o anseio religioso é a tentativa de responder ao desamparo
humano, apaziguar as forças da natureza tansformando-a em pai amoroso (deuses),
reconciliar o homem com seu destino inexorável - a morte - e prometer
compensações pelos seus anos de sofrimento e renúncia de parte de seus
instintos e desejos que lhe impõe a civilização.
Por outro lado, a medida que a ciência e a tecnologia apresentem
alternativas ao domínio da natureza, o homem aumente a relização da maior parte
de seus instintos e desejos viabilizados na civilização, buscar-se-á menos a religião e mais a ciência. E a medida que a
finitude seja encarada com naturalidade, o futuro das promessas da religião
no sentido de apaziguar o terror e o medo da morte, tendem a perder o sentido.
Somos levados a crer que, se erradicados
da vida, a culpa e o medo da morte haveria um esvaziamento do sentido da
religião tal qual a concebemos ou a religião deverá reinvertar-se em seus propósitos.
Talvez por isso, o “sucesso atual” de determinadas promessas religiosas
tendem a se voltar para a ilusão da prosperidade aqui nesse mundo mesmo, mas sem abandonarem a repetição sobre a culpa e o castigo.
A culpa, desde que provada a sua ficção teológica, perderia a sua força de coerção evocada no castigo do Éden e na cruz e se transpotaria para uma culpa psicológica do desejo a um objeto abstrato e proibido.
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