Educação e transversalidade
Disciplina: EPISTEMOLOGIA E INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO E
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Não seria novidade pensar a transversalidade
como método, já que tal método já existe na teoria da complexidade de Edgar
Morin. Para o filósofo, o termo tem sua
etimologia no latim, complexus, aquilo
“é tecido junto”. Não é fechado, um sistema complexo é entrelaçado, mas
se abre a novos laços. Pretendo aproximar a teoria da complexidade ao modelo do
rizoma da dupla Deleuze & Guattari. “É complexo o que não pode se resumir a
uma lei, nem a uma ideia simples [...]. A complexidade é uma palavra-problema e
não uma palavra-solução” (MORIN, 2010, p. 05).[1]
Semelhantemente ao rizoma, o sistema complexo
não se fecha, faz rupturas em detrimento de outros agenciamentos. O conceito se
encontra no volume 1 – edição brasileira – da obra Mil Platôs. Trata-se de um mundo sem pivô. Na atualidade
fala-se de um mundo V.U.C.A. As siglas querem dizer de um mundo onde tudo é volátil, incerto, complexo
e ambíguo. Karl Marx tinha dito que no capitalismo, “tudo que é sólido se
desmancha no ar”, Bauman, diz da mesma realidade em termos de uma sociedade
líquida. Nos dois casos há subsumido o sentido da complexidade, movimentos
contínuos e incertos. A realidade V.U.C.A., já cedeu lugar para o mundo
B.A.N.I. “O conceito BANI
significa BRITTLE (fragilidade), ANXIOUS (ansiedade), NONLINEAR (não-linear) e
INCOMPREHENSIBLE (incompreensível)”[2].
A questão que surge para a
educação, nesse contexto é, a de como enfrentar a realidade de um mundo
complexo com as velhas teorias pedagógicas? Como trabalhar educação em tempos
de (hiper)contextos e hipertextos, estando a escola estagnada, fechada entre paredes e com professores em
suas caixinhas conteudistas? Como enfrentar
a realidade que muda na velocidade das redes sociais? Nossa proposta é pensar
no nível da complexidade. Uma revisão bibliográfica que aproxime os dois mundos:
o mundo em constante ruptura, situação imposta pela contínua revolução tecnológica
de um lado, e repensando a proposta da teoria da complexidade (Morin), sistema
de entrelaçamento complexo e a lógica do rizoma (Deleuze & Guattari).
Nos próximos textos vou ampliar a proposição de trabalho em
torno desses conceitos, por enquanto ficaremos com a colocação parcial do
problema.
[1]Apud, in: A Teoria da Complexidade de Edgar Morin -
Curso Completo de Pedagogia-
consulta em 16/09/2023.
[2]Fonte:
Mundo
VUCA x Mundo BANI: O melhor dos dois mundos – Sigma Gerenciamento de Projetos
(sigmagp.com.br). Consulta em 16/09/2023.
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